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sexta-feira, março 29, 2024

A falência e sua herança emocional

*Por Angela Guimarães

Quem enfrenta falência experimenta sentimentos como vergonha, culpa e desespero. Como a ficha muitas vezes demora a cair, o resultado da negação que se costuma viver até que a realidade se imponha de tal forma que não é mais possível ignorá-la, o estrago já provocou grandes abalos emocionais.

Nós somos um país com forte talento empreendedor. Segundo levantamento mundial da GEM (Global Entrepeneurship Monitor), ocupamos o primeiro lugar, seguido da China e dos Estados Unidos. Porém, a triste notícia é que até completarem quarto anos, 50% das empresas criadas fecharão. Dentre elas, as micro e pequenas correspondem ao maior número de pedidos de falência.

A tristeza de ver o sonho desmoronar é uma dor terrível. Junto a ela está o sentimento de incompetência e a culpa por causar também o sofrimento a tantas outras pessoas que dependem daquela atividade. Essa fase, para alguns, é realmente muito difícil de superar.

Empresários endividados são pressionados por todos os lados a pagar seus credores. São intimidados e constrangidos de forma cruel; o dinheiro passa a ser seu maior objeto de desejo, mas ele simplesmente não o tem. A impotência que se instala em não conseguir resolver seus problemas vem, em muitos casos, em função da dificuldade em olhar para a situação de forma racional e distante. Os sentimentos que consomem o empresário falido, que perdeu tudo após anos de conquistas, o impede de olhar para as soluções e fazem com que o tormento e o desespero prevaleçam.

Quem consegue superar essa fase percebe os erros cometidos, não se desqualifica e trilha uma nova jornada empreendedora. Essa pessoa terá conseguido aprender as lições necessárias e não imputará a si “castigos emocionais”. Esses só servem para minar a auto estima e confiança.

Todos nós erramos!

Uma vida desregrada na alimentação, abuso do álcool e maus hábitos resultam em em doenças. Assim como a falta de autocontrole e organização – nas ideias e ações – resulta em uma vida pessoal e profissional irregular e em declive. A falência, em geral, também envolve erros. Em não sendo o caso de empresários inescrupulosos, é preciso estender a mão e puxar esses empreendedores para um lugar onde é possível dar a volta por cima.

Quem ajuda acaba também evoluindo e saindo fortalecido. E uma relação de “ganha-ganha”. As pessoas falidas têm de focar no fato de a situação ser momentânea e não eterna. Elas precisam equilibrar as emoções, resgatar a auto estima a e confiança na capacidade de solucionar todas as pendências para voltar a sonhar e por em execução seus objetivos novamente.
Angela Guimarães é coach especialista em reestruturação de vida e educadora financeira. Tem expertise em diversos mercados, tendo desenvolvido treinamentos para um grande número empresas e executivos. É fundadora do programa “A Volta por Cima”.

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