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Alta carga tributária é principal fator no custo da energia elétrica, aponta pesquisa da CNI

Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 60% das indústrias apontam a alta carga tributária como o maior impacto no preço da conta de luz. A pesquisa entrevistou 1.002 executivos de indústrias de diversos portes, identificando também que 78% dos entrevistados citaram a carga tributária entre os dois principais fatores que influenciam o custo da energia.

Outros fatores mencionados incluem períodos de seca (29%), custo de transmissão de energia (27%), subsídios pagos na conta de luz (17%) e custo de geração de energia (16%). A pesquisa também destacou que 55% dos executivos acreditam que o excesso de subsídios no setor elétrico afeta negativamente a competitividade industrial, enquanto 47% associam esses subsídios ao alto custo da energia elétrica.

Atualmente, impostos e encargos representam 44,1% do valor da conta de luz, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A pesquisa mostrou ainda que 53% das empresas observaram um aumento na conta de luz nos últimos 12 meses, e 43% consideram o impacto do custo da energia elétrica sobre a indústria como alto ou muito alto.

Ricardo Alban, presidente da CNI, destacou a necessidade de reduzir os encargos para melhorar a competitividade do setor industrial e garantir a sustentabilidade econômica do setor elétrico. “O custo da produção de energia no Brasil é barato, mas a nossa conta de luz é uma das mais caras do mundo”, afirmou.

A pesquisa revelou que 80% das indústrias utilizam a energia elétrica como principal fonte energética, seguidas por energia solar (10%), gás natural (2%), óleo diesel (2%) e lenha (1%). Além disso, 70% das indústrias relataram falhas no fornecimento de energia nos últimos 12 meses, com 51% registrando mais de cinco quedas de luz no período.

No mercado livre de energia, 26% das indústrias já operam nesse modelo, economizando em média 29%. Entre as indústrias, 33% manifestaram intenção de migrar para o mercado livre, enquanto 42% não pretendem fazer essa mudança. Para 82% dos executivos, a infraestrutura da rede elétrica brasileira precisa de investimentos para atender melhor à demanda industrial.

A pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI) entre 30 de abril e 24 de maio de 2024, mostrou que:

55% acreditam que o excesso de subsídios afeta a competitividade da indústria.
54% acham que a indústria deve receber subsídios governamentais para custeio de energia elétrica.
51% consideram que o Brasil já possui uma matriz energética significativamente baseada em fontes renováveis.
47% atribuem o alto custo da energia elétrica aos subsídios concedidos a determinados setores econômicos.

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