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quinta-feira, abril 18, 2024

AMAZONAS: Estado tenta vencer dificuldades geográficas para vacinar meninas contra vírus HPV

Meninas de 9 a 11 anos que moram no estado do Amazonas e participaram, no primeiro semestre, da primeira fase da vacinação contra o Papiloma Vírus Humano, o HPV, devem ir até uma unidade básica de saúde para receber a segunda dose da vacina o vírus, principal responsável pelo câncer do colo do útero. A meta do Ministério da Saúde, da secretaria estadual de saúde e dos municípios é vacinar mais de 121 mil jovens dessa faixa etária, na segunda fase da mobilização contra o vírus no estado. Segundo informações da Secretaria de Saúde de Amazonas, até o momento, apenas 48,8 por cento do público-alvo recebeu alguma das duas doses neste ano. Dos 62 municípios amazonenses, 23 apresentaram índices de menos de 50% de meninas vacinadas, na primeira etapa da mobilização, segundo dados do Ministério da Saúde. A maioria dessas cidades está localizada nas regiões norte e central do estado. Entre elas, estão a capital Manaus, Autazes, Tapauá, Humaitá, Codajás e São Gabriel da Cachoeira. A coordenadora de Imunização de Amazonas, Isabel Nascimento, justifica que o baixo número de crianças vacinadas está diretamente relacionado à grande extensão territorial do estado, principalmente, em relação às dificuldades que as equipes de vacinação encontram para acessar comunidades rurais e ribeirinhas. “São mais de 120 mil crianças que nós temos que vacinar. Para um estado como o nosso, totalmente disperso e de difícil acesso. A primeira etapa, nós tivemos problemas com a cheia do rio, nós tivemos municípios que não tinha como chegar. Tinha unidades de saúde fechada, tinha escolas fechadas, porque foi tudo encharcado pela água, né? Então, isso dificulta muito.”

De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra o HPV, oferecida de forma gratuita nas Unidades Básicas de Saúde do SUS e em escolas, assegura proteção para os quatro principais subtipos da doença, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero. A coordenadora Isabel Nascimento chama atenção, para que pais, mães e responsáveis se conscientizem da importância da vacina para a saúde de suas filhas. “Se os pais não aderirem a esta campanha, nós não teremos sucesso, porque nenhuma criança, nenhuma jovenzinha de 9, de 10, de 11 anos, até os 13 anos, eles não vão bater na porta de uma unidade de saúde para tomar uma vacina contra o HPV, até porque ele nem sabem efetivamente o que é isso. Então os pais, eles tem que ter consciência disso e informar os seus filhos que a vacina é de suma importância para que essa menina não venha a ter o colo de útero causado pelo HPV.”

A infecção pelo HPV está diretamente relacionada ao aparecimento do câncer do colo do útero em mulheres adultas. De acordo com dados da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas, o câncer de colo do útero é o tipo de câncer que mais mata mulheres no estado, somente no ano passado 204 mulheres morreram vitimas da doença. A professora de história da rede pública de ensino, Rosiane Silva, conta que a escola em que trabalha, na zona central de Manaus, fez uma parceria com a secretaria municipal de saúde e disponibilizou a vacina para todas as alunas que encaixam na faixa etária da campanha.

“Nós entramos em contato com o posto de saúde, a unidade básica de saúde mais próxima da comunidade e eles já estavam mobilizados pra procurar a escola. A escola se mobilizou e internamente a escola fez o papel de divulgação aos pais, de alerta, da importância da vacina também e depois com as alunas.”

De acordo com a professora Rosiane, várias escolas da rede pública de Manaus também estão participando da campanha de vacinação. Ela diz que procurou saber se na escola da filha, Manuela, de 11 anos, também estava ocorrendo à imunização, para que pudesse vacinar a filha.

“Estavam sendo aplicada as doses nas escolas. A minha preocupação foi para saber se na escola dela estava havendo a campanha que tava sendo aplicada essa vacina, como é muito importante, essa imunização para o futuro das meninas.”

A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do SUS ou em escolas parceiras. Ela foi introduzida no calendário nacional de vacinação no ano passado para atender meninas de 11 a 13 anos de idade. Este ano, o Ministério da Saúde está priorizando a vacinação de crianças e adolescentes de 9 a 11 anos. As meninas e adolescentes com 12 e 13 anos, que ainda não tomaram a primeira ou a segunda dose, também devem procurar as unidades de saúde para atualizarem o cartão de vacinação. A criança ou a adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção. Quem recebeu a primeira dose deve receber agora a segunda dose, administrada seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. A meta do Ministério da saúde é de que até o final do ano, 80% das meninas com idade entre 9 e 11 estejam vacinadas. Se você é mãe, pai ou responsável por menina nesta idade, leve-a a uma Unidade de Saúde e leve junto o cartão de vacinação. A vacina é o único meio de garantir a proteção contra o HPV pelo resto da vida. Obtenha mais informações sobre a vacina contra o câncer do colo do útero e o HPV em uma unidade de saúde mais próxima de sua casa e no portal do Ministério da Saúde na Internet, www.saude.gov.br/hpv.

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