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quinta-feira, março 28, 2024

Anticorpos e testes para detecção de malária são desenvolvidos em pesquisa no Amazonas

A malária continua sendo uma doença que atinge a população no Brasil e no mundo, e o diagnóstico rápido e preciso desta doença é de fundamental importância para o correto tratamento dos pacientes. Pensando em buscar novas metodologias para solucionar este problema, o pesquisador doutor em Biotecnologia, Luis André Mariúba, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) vem desenvolvendo juntamente com seu grupo e colaboradores, anticorpos e imunoensaios específicos para diagnósticos de malária.

O projeto contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Excelência em Pesquisa Básica e Aplicada em Saúde (Proep).

A pesquisa coordenada pelo Dr. Mariúba desenvolveu e avaliou o desempenho de anticorpos IgG (produzidos em camundongos) e IgY (produzidos em ovos de galinha), capazes de detectar no sangue de pacientes proteínas marcadoras de infecções causadas por Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum, os quais são os principais causadores da malária no Brasil.

“Avaliamos estes anticorpos na metodologia tradicional de Testes para Diagnóstico Rápido (TDRs) por fluxo lateral (com apoio do Laboratório de Tecnologias de Diagnóstico Bio-Manguinhos/Fiocruz); por um método de fluxo lateral utilizando nanotubos de carbono (desenvolvido pelo Dr. Jin Woo Choi, Louisiana State University-USA), com adaptações desenvolvidas pela equipe; por eletroquímica (com apoio do Dr. Walter Brito-Ufam); e por citometria de fluxo”, disse.

Testes para Diagnóstico Rápido – (TDRs)

Maríuba destaca que os TDRs se tornaram uma grande alternativa ao diagnóstico, principalmente em situações onde a microscopia não é de fácil acesso, como em localidades distantes.

“Vale ressaltar que o Brasil ainda é muito dependente atualmente de TDRs estrangeiros. Exemplos destas tecnologias de conhecimento geral pelo grande público são os testes comprados em farmácias, como de gravidez e de glicemia. Ambos os casos estão dentro do conceito ‘Point-of-Care’ (PoC), que são tecnologias que podem ser utilizadas ao lado do leito do paciente e ajudar nas decisões de profissionais da área da saúde”, relata.

Formação de Recursos Humanos

O projeto possibilitou a realização de trabalhos de Iniciação Científica (IC) e dois de mestrado, e sua continuação atualmente é base para duas IC, um mestrado, dois doutorados e um pós-doutorado. Foram desenvolvidos ainda um protótipo de equipamento para leitura quantitativa de testes rápidos e um aplicativo para registro de casos de malária (MalariaApp), ambos em colaboração com Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Federal do Amazonas (Ifam).

Patente

O pesquisador informou ainda que a pesquisa gerou, em outubro de 2018, um depósito de patente referente a um método de solubilização de nanotubos de carbono e diferentes aplicações testadas, como em TDRs, sensores eletroquímicos, citometria de fluxo e imunização de animais.

Malária no Amazonas

De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), no primeiro trimestre de 2019 foram registrados 11.358 casos de malária no Amazonas. Até o momento, o Amazonas está com redução 42,36% casos em comparação do mesmo período de 2018, que registrou 19.704.

A malária é causada por um parasita do gênero Plasmodium, transmitida pela picada de mosquitos infectados. Febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo são os principais sintomas, que podem se manifestar, geralmente, em algumas semanas após a picada.

Grupo de Pesquisa

O projeto contou com apoio dos outros pesquisadores do ILMD/Fiocruz Amazônia, além de pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ifam, Senai e Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Proep

O programa visou apoiar a promoção e execução de projetos estratégicos do ILMD/Fiocruz Amazônia por meio da concessão de auxílio pesquisa e bolsas; e fortalecer o papel estratégico da pesquisa desenvolvida no Instituto para geração de conhecimentos científicos que possam contribuir com a melhoria da saúde da população Amazônica.

FOTO: Érico Xavier

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