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quinta-feira, março 28, 2024

Após nove anos, paciente mais antigo do Icam recebe alta hospitalar

Alex, 12 anos, passa a receber acompanhamento multiprofissional em casa

Há nove anos vivendo no leito da Unidade de Terapia Semi-intensiva do Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam), Alex Miranda Gomes, de 12 anos, recebeu alta nesta terça-feira (02/06). Alex era o paciente mais antigo internado na unidade e o retorno para casa foi possível depois que ele foi incluído no Programa Melhor em Casa, do Governo do amazonas, e recebeu equipamentos necessários para a manutenção do tratamento domiciliar.

O menino é portador de uma miocardiopatia e convive com as sequelas de dois acidentes vasculares hemorrágicos, mas tem o quadro clínico estabilizado.

De acordo com a diretora do Icam, Ana Cristina Oliveira, dispositivos essenciais foram disponibilizados para a desospitalização de Alex, como o respirador mecânico BiPAP, o cilindro de oxigênio, aspirador, oxímetro, nobreak e a cama hospitalar. Além dos itens encaminhados pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam), a família contou com a solidariedade de outras pessoas e empresas que doaram ar-condicionado e um televisor de 43 polegadas para o novo quarto de Alex.

A criança é a terceira a deixar o Icam e voltar para casa nos últimos oito meses. “Temos uma equipe multidisciplinar de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, então, toda a equipe trabalha com essas crianças que são moradores. Ele (Alex) foi tendo uma evolução com importantes resultados. Então, a partir daí, toda a equipe começou a trabalhar, como sempre em todas as crianças, porque ele tinha um potencial muito grande para sair daqui”, disse a diretora do Icam.

Em casa, Alex receberá acompanhamento semanal de uma equipe multidisciplinar do Melhor em Casa, composta por um médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga, assistente social, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Benefícios da desospitalização – Médico pediatra do Icam, Carlos Queiroz explicou quais os benefícios da desospitalização. Segundo ele, o maior envolvimento da família favorece a evolução no tratamento. “É importante que esses pacientes crônicos possam estar na suas casas, no aconchego do seu lar e levando uma vida mais segura (…) sem o risco de uma infecção hospitalar e outras complicações”, explicou o médico.

A mãe de Alex, Silvane Miranda, 39, afirma sonhar que o filho possa se recuperar mais rápido em casa e deixar de depender de um respirador. “Eu nunca perdi a esperança de que ele voltasse pra casa, que um dia ele ia sair e esse dia chegou”, contou a mãe.

Emoção – A despedida do mais antigo paciente morador foi cercada de emoção e homenagens, mesmo em tempos de pandemia. Com uma oração, os profissionais, que acompanharam a criança nos últimos anos, despediram-se de Alex.

“Não existe palavra para definir a alegria da equipe, da direção e da própria Susam de trazer esse paciente para casa, para o convívio da sua família. Isso não tem preço, isso não se compra, isso não se ganha, isso a gente sente e é extremamente emocionante”, finalizou o médico pediatra.

Foto: Gisele Rodriges/Susam

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