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sexta-feira, março 29, 2024

Bairros de Manaus improvisam pontes diante do Rio Negro com nível a 27,5 m

Rio Negro em Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Rio Negro em Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Passarelas estão sendo erguidas em comunidades impactadas pela cheia. Previsão de cota de emergência fez Defesa Civil planejar ações em 9 bairros.

Pontes começaram a ser construídas em Manaus (Foto: Defesa Civil/Divulgação)
Pontes começaram a ser construídas em Manaus
(Foto: Defesa Civil/Divulgação)

Em Manaus, o Rio Negro alcançou cota de 27,52 metros nesta quarta-feira (15). A 1,37 metro para o nível das águas atingir a cota de emergência (28,89 m) e avançar sobre ruas do Centro e de bairros banhados pelo rio na capital, a Defesa Civil deu início a ações como construção de passarelas provisórias de madeira em bairros da cidade.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a cheia deste ano deve ficar acima da média. No interior, as inundações já afetam 19 cidades. O CPRM divulgou que o nível máximo do Rio Negro, na capital, deve atingir a cota máxima de 29,59 m.

Há um ano, no dia 15 de abril de 2014, o Rio Negro estava com cota de 27,43 metros, abaixo do nível registrado em Manaus nesta quarta. Uma medição diária é realizada no Porto da capital. Segundo registros da régua instalada no local, a cota do Negro mantém uma média de subida de oito centímetros ao dia.

Na tentativa de minimizar os impactos da cheia à população, a Defesa Civil Municipal planeja construir 37 passarelas de madeira em áreas da cidade que tradicionalmente ficam com vias submersas. Já foram instaladas três estruturas de acesso, sendo uma no Beco do Pescador e outra na Comunidade Jardim Mauá, situados no Bairro do Mauazinho (Zona Leste). Ainda no cronograma de ações de prevenção à cheia de 2015, a Defesa Civil de Manaus iniciou a construção da ponte na Rua Ana Nogueira, Beco São João Batista II, Bairro Educandos, Zona Sul da capital.

A Defesa Civil explicou que o bairro Educandos será a área mais prejudicada pela cheia se o Rio Negro atingir a cota máxima. No local, 775 famílias devem ser afetadas. No local, serão construídos 482 metros de passarelas para facilitar o acesso dos moradores e dos agentes e fiscais da prefeitura. A ação segue, com apoio da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seminf), em bairros como São Jorge, o segundo mais afetado com uma média de 530 famílias assistidas, além do Presidente Vargas, Raiz, Centro, Aparecida, Betânia, Mauazinho e Santo Antônio. A previsão é de construção de 3.100 metros de passarelas em todos em nove bairros.

Além da área urbana, a Prefeitura de Manaus esta monitorando 12 comunidades na zona rural, localizadas à margem do Rio Amazonas que também podem ser prejudicada. Em uma delas, na Comunidade Nossa Senhora do Carmo, há previsão de construção de passarela.

Já em bairros como Cachoeirinha, Tarumã, São Geraldo, Colônia Antônio Aleixo, Compensa, algumas áreas no Centro e Mauazinho as pontes serão construídas pela comunidade com ajuda da Defesa Civil. A decisão é dos representantes comunitários que participaram do curso de capacitação e atuam como agentes comunitários de Defesa Civil.

Área em que ficam registradas o nível máximo das cheias e seus respectivos anos (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Área em que ficam registradas o nível máximo das cheias e seus respectivos anos (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Alerta
O primeiro alerta de cheia deste ano prevê a cota máxima do Rio Negro, em Manaus, variando entre 28,89 e 29,59 metros. A previsão do CPRM ainda poderá sofrer mudanças, influenciadas pelo volume de chuvas no Amazonas e fora do país.

O nível máximo do Rio Negro, em Manaus, deve atingir a cota de 29,59 na cheia deste ano, segundo estimativa do CPRM, divulgada no último dia 31. A cota máxima prevista para este ano (29,59m) é 73 cm menor do que a registrada na cheia recorde de 2012. Diariamente o nível das águas tem registrado elevação de até oito centímetros.

Segundo o pesquisador em geociências do CPRM, André Luis Martinelli, o ritmo de subida das águas está forte, mas ainda dentro da normalidade. O superintendente do CPRM, Marco Antônio Oliveira, destacou que a subida deve ficar mais acentuada a partir de abril e nos próximos meses com o pico da elevação do nível do rio em junho.

A cota máxima do primeiro alerta de cheia ainda pode ser alterada. O CPRM explicou que as chuvas na Bacia do Solimões no Peru e na Bacia do Negro acima de São Gabriel da Cachoeira influência nesse processo de subida das águas.

O segundo alerta de cheia do Rio Negro de 2015, que é a previsão mais precisa sobre a cota máxima, será divulgado no próximo dia 30 de abril, na capital amazonense.

Chuvas
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que, até o momento, as chuvas estão dentro do padrão climatológico para a cidade de Manaus no trimestre de abril, maio e junho. Nos 14 primeiros dias de abril foi registrado um acúmulo de 81 milímetros.

“Para os primeiros 14 dias de abril, estes 81mm de chuva, é considerado pouco para o período, já que o normal para o mesmo período seria ter chovido entre 128 e 173mm. Para o mesmo período do ano passado (2014), o acumulado foi de 168,6mm”, avaliou o Gustavo Ribeiro, meteorologista do Inmet.

Em relação à influência das Bacias do Solimões no Peru e do Rio Negro acima de São Gabriel da Cachoeira, a previsão climática indica para o segundo trimestre de 2015 chuvas dentro do padrão climatológico.

Interior
A cheia da bacia do rio Purus no interior do Amazonas sofreu influência do Rio Acre. As águas nos rios que banham o interior ainda devem continuar em processo de cheia e subida de níveis até junho, de acordo com o CPRM.

O avanço das águas já atingiu 16 cidades amazonenses, 96.533 pessoas e 19.302 famílias, conforme balanço da Defesa Civil Estadual, atualizado nesta terça (14). Santo Antônio do Iça, localizado na calha do Alto Solimões decretou situação de emergência por conta da enchente do rio. O nível do rio no município está em 14,05 m, ultrapassando a cota de alerta do Solimões que é de 11,80 m. O volume de água sobe aproximadamente quatro centímetros por dia. A cidade já contabiliza 1.248 famílias afetadas.

Itamarati, Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Canutama, Tapauá, Carauari, Pauiní, Lábrea, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga e Amaturá. Estão em situação de alerta São Paulo de Olivença, Tonantins e Humaitá. Boca do Acre é o único município em situação de calamidade pública.

mapa140415Fonte: G1

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