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quinta-feira, março 28, 2024

Campanha sobre tráfico de pessoas inicia segunda etapa com abordagens educativas para informar e sensibilizar população

Iniciou na manhã desta quarta-feira, 29 de julho, a segunda etapa da Campanha Coração Azul Contra o Tráfico de Pessoas em Manaus com abordagens educativas simultâneas no Terminal Rodoviário, Porto Ceasa, Manaus Moderna e Posto de Fiscalização da rodovia AM-010, além da exposição temática“Liberdade Não se Compra” sobre tráfico humano, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. A ação é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) Polícia Rodoviária Federal.

No aeroporto, duas “gaiolas”, estão expostas no terminal de desembarque de passageiros para chamar a atenção de passageiros e demais usuários do local até o próximo dia 31 com objetivos de informar e causar impacto nos usuários. A pequena medindo 65cm³, adesivada com a imagem de uma mulher aprisionada ficará circulando nas esteiras de bagagens e no lançamento da exposição causou reflexão em alguns passageiros que aguardavam a bagagem. “Nossa, pensei mesmo que fosse uma pessoa presa na caixa. Realmente é uma imagem muito forte, causa até desconforto. É uma situação muito triste dessas pessoas que são vítimas do tráfico”, declarou o militar Paulo Fonseca.

Uma outra gaiola com dimensões de 2,5 x 2,5 está no saguão de desembarque para que o público entre na caixa e conheça algumas histórias de pessoas que foram vítimas do tráfico e se informe sobre o tema. “Essa gaiola é uma espécie de galeria. Os visitantes poderão ler e observar o material temático que vai estar dentro e fora da caixa”, explica a secretária da Sejusc, Graça Prola.

Estatísticas – Segundo Prola de 2011 a 2014 foram registrados no Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Sejusc, 20 casos de tráfico humano, sendo 18 de nível internacional para fins sexuais e os demais são para trabalho escravo e adoção ilegal. Existe, ainda, um caso, em processo de investigação, sobre remoção de órgãos de uma criança. Neste ano, apenas um registro foi realizado: o de uma mulher para fins de exploração sexual na Suíça. “Estatísticas, informam que, no mesmo período, 1.775 notificações foram feitas no Brasil, ou seja, o Amazonas aparece com poucos casos, porém, mesmo assim é preciso abrir o olho, ficar atento e denunciar. O tráfico de pessoas é uma realidade e muitas vítimas não denunciam por vários motivos, inclusive, medo”.

Crime multifacetado – O tráfico de pessoas viola todos os direitos fundamentais da pessoa humana e possui vários fins como a exploração sexual, trabalho escravo, remoção de órgãos, casamento servil e a mais nova modalidade, a mendicância com crianças e idosos. É o segundo crime que gera mais lucros, perde somente para o tráfico de drogas. “Esse crime viola a dignidade da pessoa, a expõe em comércio, a mantém em cárcere privado e a força a trabalhar sem retorno financeiro, inclusive, agora, surge a mendicância em que crianças e idosos são forçados a pedir dinheiro ou outros objetos na rua”, informa.

No Amazonas existem 12 Postos Avançados de Atendimento Humanizado ao Migrante. Três funcionam em Manaus (Porto Ceasa, Rodoviária e Porto de Manaus). Nove estão no interior (Humaitá, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Parintins, Coari, Itacoatiara, Manacapuru, Novo Airão, Iranduba e Presidente figueiredo).

Denúncia – Existem vários canais de denúncia, inclusive, internacionais. Os gratuitos são os disque 100, 180 e 181. O fixo de Manaus é (92) 3632-0554 e os do exterior são 900 990 055 (Espanha), 800 800 550 (Portugal) e 800 172 211 (Itália). Nos três últimos, o código 61 3799 0180 deve ser informado. Para denúncias por e-mail é [email protected].

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