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sexta-feira, março 29, 2024

Central de Transplantes do Amazonas encerra ‘Setembro Verde’ com culto de agradecimento

A Central de Transplantes e o Banco de Olhos do Amazonas, vinculados à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), promoveram, na noite desta quinta-feira (27/09), Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, um culto ecumênico em homenagem às famílias doadoras de órgãos e aos doadores em vida. A celebração, realizada no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), localizado no Centro de Manaus, reuniu, aproximadamente 500 pessoas e marcou o encerramento das atividades alusivas à campanha “Setembro Verde”, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos.

“Tradicionalmente, o mês de setembro é um momento em que nós celebramos a doação de órgãos e tecidos. Fazemos um agradecimento primeiramente a Deus e também reunimos às famílias para lembrar e agradecer por terem dito ‘sim’ à doação dos órgãos se seus entes queridos, possibilitando que pessoas possam sair da fila de espera e continuem vivendo com os órgãos doados”, afirmou Leny Passos, coordenadora da Central de Transplantes da Susam.

Leny Passos reforça que também é possível fazer a doação em vida, para pessoas da família. “A doação em vida é permitida para os rins, por possuirmos dois e para uma parte do fígado, que tem a capacidade de se regenerar. É uma doação muito especial porque o doador tem que ser da família e ele passa por um teste de compatibilidade, além de avaliação psicológica e ética para verificar se realmente aquela pessoa entende o que significa doar um órgão em vida”, explicou.

Vida nova – Há três anos vivendo como transplantado renal, o pescador Célio Roberto lembra o período difícil que enfrentou enquanto estava na fila, esperando por uma doação. “Foi muito complicada a fase em que eu fazia a hemodiálise (tratamento para doentes renais), me deixava bastante debilitado. Tive minha vida de volta após o transplante. Hoje, apesar das limitações que preciso obedecer, estou vivo e só tenho a agradecer”.

Emocionado, Célio faz questão de lembrar às famílias o quão importante é autorizar a doação. “Muitos não têm a oportunidade que eu tive. A mensagem que eu passo é de incentivo à doação. Todo mundo merece uma chance de viver. Hoje em dia, eu sou muito feliz. A luta que eu passei valeu a pena”, frisou.

Consciência – Aos 78 anos, o aposentado Luís Lima da Mota se orgulha por ter transformado o momento de dor que foi a perda da filha, de 35 anos, em solidariedade, autorizando a doação. “Me sinto feliz e honrado ao saber que tem outra pessoa vivendo, por meio da doação que eu permiti ser feita. Espero que essa pessoa aproveite sua nova vida e seja bem feliz, como minha filha foi”, disse.

Doação – No Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, a equipe do Hospital Pronto Socorro João Lúcio, localizado na zona leste, comemorou uma doação de rins e córneas, autorizada pela família de um paciente, vítima de morte cerebral. “Gostaríamos de agradecer o papel da família que permite esse momento sublime da doação, em que a gente sensibiliza a sociedade para que ela contribua na salvação de outras vidas. Quando uma pessoa doa, ela interfere na vida de outras positivamente, porque lhe dá o presente maior, que é continuar vivendo”, destacou o cirurgião Raimison Monteiro.

Volta dos transplantes – A coordenadora da Central de Transplantes da Susam ressalta que o Hospital da Zona Norte está em processo de habilitação para realizar os transplantes de rins e, posteriormente, de fígado, que não eram feitos pela rede pública há mais de dois anos. “O Estado, através da Secretaria de Saúde, elaborou um plano de transplantes para ser executado em quatro anos, começando pelo órgão mais solicitado em todo o mundo, que é o rim. Depois vamos avançar com o transplante de fígado e, futuramente, virá a habilitação também para transplante de coração, que será realizado no Hospital Francisca Mendes”, pontuou Leny.

Modelo – Fundado há 14 anos, o Banco de Olhos do Amazonas conseguiu atingir um número de doações que eliminou a fila de espera. “Há dois anos nós atingimos o marco de fila zero. É um banco de olhos público que deu muito certo. A gente se orgulha e pede que as famílias continuem permitindo a doação e mudando a vida de muita gente”, disse a oftalmologista Cristina Garrido, diretora fundadora do Banco de Olhos do Amazonas.

FOTO: AGUILAR ABECASSIS

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