Moradores das regiões atingidas pela estiagem relatam apoio insuficiente enquanto a presença de políticos e fotógrafos em eventos de distribuição de alimentos levanta preocupações
Em um momento em que a seca e a estiagem castigam duramente algumas comunidades, a solidariedade deveria ser a força motriz por trás de cada gesto de ajuda. No entanto, relatos oriundos dos cidadãos mais afetados pela crise hídrica sugerem um cenário desolador e questionável quanto às reais intenções por trás da distribuição de auxílios básicos.
De acordo com informações enviadas por um residente da comunidade Mamuru, em Parintins, que optou por manter-se anônimo, as famílias têm recebido sacolas com itens essenciais para a sobrevivência. Porém, a quantia e a qualidade desses itens são motivo de preocupação. A “saca de rancho”, um pacote de mantimentos que outrora durava um mês, agora mal consegue suprir as necessidades de uma semana.
Além disso, o morador relata que durante as distribuições, o número de fotógrafos e políticos muitas vezes supera o de sacolas entregues às famílias necessitadas. Essas alegações ganham força em um contexto onde a visibilidade política parece estar em disputa, levantando questões éticas sobre a utilização da dor e da necessidade alheia como palanque eleitoral. A distorção do propósito de ações emergenciais, que deveriam ser isentas de influências político-partidárias, é uma preocupação crescente entre os afetados e observadores externos.
As autoridades competentes ainda não se pronunciaram sobre as acusações, mas o clamor por uma resposta e ação efetiva é palpável. Enquanto a estiagem continua a desafiar o dia a dia dessas comunidades, resta a esperança de que a ajuda humanitária prevaleça sobre os interesses políticos e que as medidas de auxílio sejam reavaliadas e ampliadas para atender devidamente às necessidades desses cidadãos.
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Foto da matéria: Paulo Brilhante