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sexta-feira, março 29, 2024

Conheça 20 heranças africanas do nosso dia a dia

No Dia da Consciência Negra, linguistas da Babbel destacam a importância das línguas africanas na formação do português brasileiro

Em celebração ao Dia da Consciência Negra, que acontece em 20 de novembro, o aplicativo de idiomas Babbel reuniu o vocabulário do cotidiano dos brasileiros que, na verdade, são heranças de línguas e culturas africanas. E graças a essa miscigenação linguística o português do Brasil é tão rico.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje o Brasil é o país com mais descendentes africanos fora da África – 54% da população é afrodescendente. As religiões africanas, como o candomblé e a umbanda, foram fundamentais para a perpetuação linguística de diferentes povos. Isso porque o conhecimento dos termos africanos é essencial para integrar-se nessa comunidade, vivenciar seus rituais e se conectar com a própria identidade e ancestralidade.

Confira agora algumas das centenas de contribuições africanas para a língua portuguesa e para a cultura brasileira:

Acarajé

Do iorubá akarà-jẹ. Akarà significa “bola de fogo” e je “comer”. É composto por massa de feijão frita no azeite de dendê e servido com molho de pimenta e camarões. O alimento é considerado um bem imaterial do Patrimônio Cultural Brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O acarajé dos Iorubás da África Ocidental é conhecido como akara e, no norte da Nigéria, é também chamado de kosai. Em Gana, por sua vez, a iguaria é mais conhecida como koose.

Abadá

Hoje em dia, a palavra abadá é conhecida por se referir à camiseta de carnaval recebida na compra do ingresso para blocos de rua. Ela tem origem no iorubá e originalmente era utilizada para se referir às batas/túnicas brancas vestidas em rituais religiosos.

Axé

O termo geralmente é usado como o “assim seja”, da liturgia cristã, e também “boa-sorte”. Contudo, segundo as religiões afro-brasileiras, axé (do iorubá ase) é bem mais do que isso: é a energia vital encontrada em todos os seres vivos e que impulsiona o universo.

Berimbau

Instrumento de percussão introduzido no Brasil pelos escravos de origem banta. Do quimbundo mbirimbau. Teria chegado ao Brasil em 1538 com os primeiros escravos. Passou a ser identificado como elemento fundamental da capoeira, dando o tom da mistura dança & luta.

Dendê

Do quimbundo ndende, o dendê, ou óleo de palma, é popular nas culinárias africana e brasileira. Ele é produzido a partir do fruto do dendezeiro – um tipo de palmeira originária do oeste da África. Indispensável na cozinha afro-brasileira, o dendê é utilizado em pratos como o vatapá e o acarajé.

Dengo

Segundo os dicionários, a palavra significa “lamentação infantil”, “manha”, “meiguice”. Contudo, a palavra de origem banta (atualmente Congo, Angola e Moçambique) e língua quicongo tem um sentido mais profundo e ancestral: dengo é um pedido de aconchego no outro em meio ao duro cotidiano.

Cachaça

Essa aguardente de cana-de-açúcar é usada no preparo do coquetel brasileiro mundialmente conhecido: a caipirinha. A cachaça é obtida com a fermentação e destilação do caldo de cana. A palavra tem origem na língua quicongo, do grupo banto (atualmente Congo, Angola e Moçambique). A cultura da cachaça no Brasil começou no tempo de escravidão, quando os africanos trabalhavam na produção de açúcar proveniente da cana. O método consistia em moer a cana, ferver o caldo obtido e, em seguida, deixá-lo esfriar. Desse processo, resultava a rapadura – produto que tinha como finalidade adoçar alimentos e bebidas. Quando o caldo fermentava, o açúcar da garapa se convertia em álcool. Hoje, o Brasil produz 1,3 bilhão de litros de cachaça por ano. A bebida é a segunda mais consumida do país, ficando atrás apenas da cerveja.

Cachimbo

Instrumento utilizado para fumar, geralmente, tabaco. A palavra deriva do termo kixima de uma das línguas bantas mais faladas em Angola: o quimbundo.

Caçula

Do quimbundo kasule, que significa o último da família ou o mais novo.

Cafuné

Também do quimbundo vem a palavra cafuné, que significa acariciar/coçar a cabeça de alguém.

Candomblé

Esta é a religião de matriz africana mais praticada no Brasil. Em virtude da proibição da prática do candomblé no passado, aconteceu um sincretismo – a junção dos cultos do candomblé com o catolicismo. Até hoje, alguns católicos e praticantes do candomblé celebram juntos a lavagem de Senhor do Bonfim (no candomblé Águas de Oxalá) , Santa Bárbara (no candomblé Iansã), Nossa Senhora dos Navegantes (no candomblé Iemanjá). Candomblé é a união do termo quimbundo candombe, que significa “dança com atabaques”, com o termo iorubá ilé ou ilê (casa): “casa de dança com atabaques”.

Cuíca

O instrumento, chamado em Angola de pwita, é semelhante a um tambor e contém uma haste de madeira interna e fixa. O som é produzido ao esfregar a haste com um pano úmido. Seu uso foi muito difundido na música popular brasileira e, por volta de 1930, passou a fazer parte das baterias das escolas de samba.

Fubá

Fuba, da língua banta quimbundo, é uma farinha feita com milho ou arroz. Feijão e angu – creme feito apenas com fubá e água – eram a base da alimentação dos africanos e afro-brasileiros. Hoje, vários pratos e quitutes são preparados com o ingrediente, sendo o bolo de fubá o mais querido entre os brasileiros.

Iemanjá

O nome deriva da contração da expressão em iorubá Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes). Talvez por isso tenha se tornado também protetora dos pescadores e associada à figura das sereias. Originalmente, era cultuada nas terras de Abeokutá, às margens do Rio Ogum, na Nigéria. É senhora de todas as águas e seu culto se dá especialmente na confluência entre o rio e o mar.

Macumba

Macumba (quimb makumba) é uma religião que começou a ser praticada na primeira metade do século XX no Rio de Janeiro e é uma variante do candomblé. Originalmente, a palavra se referia apenas ao instrumento musical utilizado em cerimônias religiosas de raíz africana.

Moleque

Do quimbundo mu’leke, que significa “filho pequeno” ou “garoto”, era um modo de se chamar os seus filhos de mu’lekes. Com o passar do tempo, a palavra começou a apresentar um significado pejorativo, devido ao preconceito existente contra tudo o que era próprio dos negros, inclusive o modo como chamavam os seus filhos. Antes da abolição da escravidão, por exemplo, chamar um menino branco de “moleque” era uma grande ofensa. Atualmente, a palavra “moleque” é atribuída a crianças traquinas e desobedientes. Também é utilizada para qualificar a personalidade de uma pessoa brincalhona ou que não merece confiança.

Muvuca

Mvúka, de origem banta e língua quicongo, significa aglomeração ruidosa de pessoas como forma de lazer, celebração.

Quitanda

Do termo quimbundo kitanda, trata-se de um pequeno estabelecimento onde se vende produtos frescos, como frutas, verduras, legumes, ovos, etc.

Orixá

Do iorubá òrisà. Denominação às divindades dos cultos afro-brasileiro, que representam as forças da natureza, ligando Deus aos homens.

Samba

Do quicongo samba. Dança popular brasileira, de origem africana, derivada do batuque, com variedades urbana e rural, e coreografias diversas, acompanhada de melodia em compasso binário e ritmo sincopado, que se tornou dança de salão universalmente conhecida e adotada.

Sobre a Babbel

Há 10 anos, Markus Witte (CEO) e Thomas Holl (CTO) perceberam que não havia como aprender um idioma on-line — um problema que eles decidiram solucionar. Em 2008, criaram a Babbel. Hoje, a empresa é formada por 750 profissionais de mais de 50 países, trabalhando na sede, em Berlim, e em Nova Iorque. Hoje, o aplicativo de idiomas tem milhões de assinantes pagantes.

A equipe didática da Babbel é formada por mais de 150 linguistas – o que torna possível uma abordagem eficiente, baseada em métodos empiricamente comprovados. Pesquisadores da Universidade de Yale, Universidade de Michigan e Universidade da Cidade de Nova Iorque também já comprovaram a eficácia do aplicativo de idiomas Babbel em diferentes estudos.

No Brasil, a empresa atua desde 2014. Hoje, o mercado brasileiro é o principal da América Latina, representando cerca de 50% de todas as assinaturas na região.

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