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sexta-feira, março 29, 2024

ECONOMIA: Desemprego de 12 milhões de pessoas mostra que crise ainda não acabou, diz economista

O desemprego atingiu o número recorde de 12 milhões de pessoas no Brasil em setembro deste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, a taxa de desocupação passou de 11,3 por cento para 11,8 por cento entre o trimestre encerrado em junho e o trimestre terminado em setembro deste ano. Isso significa um aumento de 0,5 ponto percentual, o que equivale 430 mil pessoas a mais desempregadas no período. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, a Pnad, divulgada nesta quinta-feira (27).
De acordo com o economista Fábio Silva, membro da Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia, os resultados da pesquisa mostram que a crise na economia ainda afeta o mercado de trabalho brasileiro. “Essa crise no mercado de trabalho já dura dois anos e, nesse período, a nossa taxa aumentou cinco pontos percentuais. Uma elevação bastante rápida em apenas dois anos. O dado mostrou que, infelizmente, a piora do mercado ainda não se estancou. A gente ainda não consegue identificar nos dados um sinal de que a crise teria parado de atingir o mercado de trabalho. Ela continua, ainda, atingindo e a gente está com uma taxa de desemprego bastante elevada nesse período. É a mais alta desde 2012, quando começou a pesquisa”.

De acordo com o IBGE, o número de pessoas empregadas com carteira assinada no Brasil também diminuiu. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, um milhão e 300 mil pessoas deixaram de ter carteira assinada, o que representa uma redução de 3,7 por cento. Para o economista Fábio Silva, até 2015, mesmo sem carteira assinada, os trabalhadores ainda tinham confiança para abrir o próprio negócio ou trabalhar por conta própria, diferentemente do que está acontecendo este ano. “Em 2015 estava havendo um movimento… Já vinham acontecendo essas demissões no emprego formal, mas você estava tendo uma compensação porque tinha muita gente que, por necessidade, estava empreendendo. Estavam trabalhando por conta própria. Isso de certa forma amortecia a queda do total de ocupados. Nos últimos meses, isso deixou de acontecer. Você continua tendo demissões de trabalhadores com carteira. Mas esse fluxo, essa quantidade de pessoas por conta própria agora passou a cair”.

Ainda de acordo com o IBGE, o mês de setembro terminou com 89 milhões e 800 mil pessoas empregadas no Brasil. É a primeira vez, desde o segundo trimestre de 2013, que o número fica abaixo dos 90 milhões.

Reportagem, Bruna Goularte

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