Médico esclarece as principais dúvidas sobre a doença que pode acometer até 13% dos brasileiros acima dos 20 anos
São Paulo, fevereiro de 2018 – Queimação, mau hálito e pigarros frequentes, são sintomas que não parecem estar conectados, mas podem estar ligados pelo diagnóstico de refluxo gastroesofágico. O Dr. Artur Parada, coordenador do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital 9 de Julho, reforça que esse problema é bem comum. “O brasileiro passou a ter um estilo de vida mais agitado, com impacto na qualidade de vida. Por isso, os casos estão cada vez mais frequentes” explica.
O refluxo ocorre por uma falha no esfíncter gastroesofágico, que funciona como uma válvula, impedindo que o bolo alimentar que está no estômago retorne para o esôfago. Quando há a falha, esse bolo é regurgitado (sensação de que a comida sobe para o peito) com o ácido digestivo, o que causa irritação e queimação.
Para tratar o refluxo, são tomadas medidas dietéticas e comportamentais para a vida do paciente. Segundo o Dr. Parada os tratamentos com antiácidos e inibidores da secreção gástrica também podem ser usados. “Hoje se discute muito os problemas do uso destes medicamentos a longo prazo, porém em alguns pacientes é necessário o controle da sintomatologia e da inflamação que ocorre no esôfago” explica o médico.
O Dr. Parada esclarece alguns mitos e verdades que existem sobre o refluxo. Confira!
O único sintoma do refluxo é a azia – Mito
Os principais sintomas são pirose (queimação), regurgitação com ou sem azia, tosse, rouquidão, pigarro e alterações dentárias frequentes. Segundo o Dr. Parada, alguns pacientes apresentam dor torácica. “Muitas pessoas podem achar que as dores são de um possível ataque cardíaco” explica o médico.
Evitar alimentos gordurosos ajudam no combate ao refluxo – Verdade
Os alimentos gordurosos são os grandes vilões para quem tem refluxo. O Dr. Parada reforça que achocolatados, café, alimentos picantes, excesso de proteínas e alimentos industrializados, potencializam os sintomas e a gravidade da doença. O médico destaca que uma dieta balanceada pode reduzir drasticamente os sintomas.
O refluxo não é considerado uma doença – Mito
Ele é chamado de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). O Dr. Parada esclarece que muitas pessoas têm dúvida porque as manifestações clínicas podem ser discretas ou até mesmo inexistentes.
O refluxo tem relação com a Gastrite – Verdade
O refluxo pode se relacionar com problemas estomacais como a gastrite, úlceras gástricas ou duodenais (primeira porção do intestino delgado). Estas doenças podem aumentar a quantidade e tipo de secreção refluída para o esôfago e piorar as dores. As doenças biliares e pancreáticas também podem estar ligadas à DRGE.
Só consigo descobrir se tenho refluxo fazendo endoscopia – Mito
Segundo o Dr. Parada, o diagnóstico ocorre por meio da análise das queixas clínicas e investigação complementar com exames como a Endoscopia Digestiva Alta, com ou sem biópsias, phmetria, manometria, impedanciophmetria, radiografias contrastadas e eventualmente tomografias.
Deitar logo depois do jantar pode ser ruim – Verdade
O hábito pode intensificar os sintomas. Por isso, o mais indicado é esperar duas horas após a última refeição. É importante também evitar uma vida sedentária, não exagerar no consumo de gorduras e carboidratos, não beber muito líquido durante as refeições, mastigar a comida de maneira adequada, não fumar e ter uma vida mais disciplinada com horário para acordar e horário para dormir. Equilíbrio psicológico e boa relação pessoal e familiar.
Sobre o Hospital 9 de Julho: fundado em 1955, em São Paulo, o Hospital 9 de Julho tornou-se referência em medicina de alta complexidade com destaque para as áreas de Neurologia, Oncologia, Onco-hematologia, Gastroenterologia, Ortopedia, Urologia e Trauma. Possui um Centro de Medicina Especializada com atendimento em mais de 50 especialidades e 13 Centros de Referência: Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional; Rim e Diabetes; Cálculo Renal; Cardiologia; Oncologia; Gastroenterologia; Controle de Peso, Infusão, Medicina do Exercício e do Esporte; Reabilitação; Clínica da Mulher; Longevidade e de Doenças Inflamatórias Intestinais (CDII).
Com cerca de 2,5 mil colaboradores e quatro mil médicos cadastrados, o complexo hospitalar possui 410 leitos, sendo 91 leitos nas Unidades de Terapia Intensiva, Centro Cirúrgico com capacidade para até 22 cirurgias simultâneas, inclusive com duas salas híbridas (com equipamento de Hemodinâmica e Ressonância Magnética) e duas para robótica.