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Festival de Parintins 2024: Adaf orienta que visitantes não transportem cacau e cupuaçu do Amazonas para outros estados

Objetivo é prevenir a entrada da Monilíase em estados onde a praga é ausente, como o Pará

A poucos dias do Festival Folclórico de Parintins 2024, que ocorrerá nos dias 28, 29 e 30 de junho no município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) faz um alerta aos viajantes para que não transportem cacau e cupuaçu oriundos do Amazonas para outras unidades da federação. Essa medida visa prevenir a entrada da praga quarentenária Monilíase em estados onde ela ainda não está presente, como o Pará, um dos maiores produtores de cacau do Brasil.

A Monilíase é uma praga que ataca frutos de cacau e cupuaçu, podendo causar a perda total da produção. No Amazonas, atualmente há focos identificados nos municípios de Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte.

Expectativa de visitantes e necessidade de conscientização

Com a expectativa de que a Ilha Tupinambarana receba mais de 120 mil visitantes para o maior espetáculo folclórico a céu aberto do mundo, o gerente de Defesa Vegetal (GDV) da Adaf, Sivandro Campos, destaca a importância de os turistas conhecerem as regras de trânsito de frutos para proteger o patrimônio vegetal nacional.

“Desde 2022, quando o primeiro foco de monilíase foi registrado no Amazonas, a Adaf, sob orientação do Ministério da Agricultura e Pecuária, promove ações de fiscalização, educação sanitária, vigilância e contenção dos focos. Esse trabalho conta com a colaboração de diversos órgãos, incluindo o Exército Brasileiro, mas a população precisa fazer a sua parte”, afirmou Campos.

Impacto econômico

No Pará, a preocupação com a Monilíase é grande, pois a praga pode causar perdas estimadas em R$ 1 bilhão por ano à economia estadual. Mais de 30 mil pessoas trabalham na cultura do cacau no estado, e a chegada da praga teria um impacto social devastador.

Cada fruto infectado pela Monilíase pode apresentar, aproximadamente, 7 bilhões de esporos, que são levados pela chuva, vento, animais, frutos infectados e, principalmente, pelo ser humano. Após a infecção, os sintomas aparecem em 45 a 90 dias.

Ações preventivas

Desde julho do ano passado, a Adaf e a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) firmaram um termo de cooperação técnica com validade de quatro anos, que intensifica a vigilância agropecuária em municípios próximos da fronteira entre os dois estados, como Terra Santa e Juruti, no Pará; e Nhamundá e Parintins, no Amazonas. Esse esforço visa impedir o trânsito de frutos hospedeiros oriundos do Amazonas para cidades do estado vizinho.

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