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terça-feira, abril 16, 2024

Força-tarefa assegura transferências de 540 pacientes com Covid-19 do Amazonas para outros estados

Pacientes seguem em voos diários para 19 cidades de 16 estados do país que fazem parte do Plano de Cooperação Interestadual

Mais de 540 pacientes com Covid-19 foram transferidos do Amazonas para outros estados da federação desde o dia 15 de janeiro. As transferências fazem parte do Plano de Cooperação Interestadual do Governo do Amazonas, com o apoio do Ministério da Saúde e da Força Aérea Brasileira (FAB), em razão do crescimento no número de internações na rede estadual nos últimos meses.

Os pacientes, da capital e do interior, seguem sendo transferidos diariamente para 19 cidades de 16 estados da federação. Até esta terça-feira (16/02), foram transferidos 542 pacientes, dos quais 328 já receberam alta médica e 280 já retornaram para Manaus. Os demais pacientes devem chegar à capital nos próximos dias.

Recebem pacientes oriundos do Amazonas os estados de: Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e o Distrito Federal.

De acordo com a secretária adjunta de Políticas de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Nayara Maksoud, são realizadas duas transferências por dia, e cada voo segue com média de 15 a 18 pacientes.

Remoção – O transporte é executado em duas aeronaves da FAB, adaptadas com equipamentos que garantem a estabilidade e a segurança dos pacientes. Para transferência, todos os pacientes precisam apresentar quadro clínico favorável, com perfil de leve a moderado.

“No deslocamento, o paciente é assistido na aeronave por seis profissionais, dois médicos e quatro enfermeiros. Chegando ao destino, eles contam com o amparo do serviço de ambulância e dos profissionais multidisciplinares da rede hospitalar em que estão internados, na cidade de destino, para a continuidade do tratamento”, explicou a secretária adjunta.

Experiência – O médico intensivista, Rodrigo Takatani, atuou nas equipes de transferências para as cidades de São Luís (MA), Maceió (AL) e Florianópolis (SC) e, conforme ele, a experiência profissional exigiu, além de especialidade técnica, muita saúde emocional no propósito de salvar vidas.

“Jamais imaginei estar diante de tantas vidas, todas clamando por viver. Jamais presenciei tanto carinho e atenção de toda equipe a tantas pessoas. Quem atua na linha de frente sabe que, com o esforço mínimo, a saturação de oxigênio do paciente cai. Deslocar cada paciente é um desafio grande para todos, tanto para paciente quanto para a equipe”, relatou.

Acompanhamento – Segundo o gerente da Rede Estadual de Atenção Psicossocial da SES-AM, Ismael Reis, os pacientes transferidos para hospitais de outros estados assinam um termo de anuência quanto ao traslado sem acompanhantes, ficando a assistência dos pacientes sob a responsabilidade de uma equipe multidisciplinar do Governo do Estado.

“O Ministério da Saúde é responsável pela ida desses pacientes, pela articulação com a FAB e também pela organização dessas vagas com as superintendências de cada estado, bem como pelo retorno ao estado dos pacientes de alta”, explicou.

Os familiares dos pacientes recebem boletim médico por telefone e também são realizadas visitas virtuais. O Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS) orienta os familiares e presta assistência até o retorno do paciente, que é feito em voo comercial custeado pelo Ministério da Saúde.

Agentes – As três esferas de governo estão unidas na operação de remoção de pacientes para outros estados. Além da SES-AM, estão na linha de frente da operação a Central Unificada de Regulação e Agendamento de Consultas e Exames (Cura), a Casa Civil, Casa Militar; o FPS, a Unidade de Gestão de Projetos Especiais (UGPE) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Também participam da ação as secretarias de Estado de Assistência Social (Seas) e de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), o Ministério da Saúde (MS), as superintendências do MS e os hospitais nos estados para onde os pacientes são transferidos, além do Ministério da Defesa com o apoio das Forças Armadas.

FOTO: Herick Pereira/Secom e Arquivo Pessoal

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