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quinta-feira, março 28, 2024

Jovens da região Norte são capacitados para atuarem como multiplicadores das ações de prevenção ao HIV

O Ministério da Saúde (MS), em parceria com a Coordenação Estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais e as secretarias municipais de saúde, realizam a partir desta quarta-feira (23) até sexta-feira (25), uma oficina para capacitar jovens de 18 a 26 anos, para atuarem como agentes multiplicadores das ações de prevenção ao HIV. O MS quer estimular e potencializar o protagonismo dos jovens na construção de respostas à alta prevalência de HIV/AIDS nessa faixa etária, conforme explica Silvana Lima, coordenadora estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais, área técnica vinculada à Fundação de Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).

A “Oficina Regional de Prevenção Combinada para Jovens” será ministrada por técnicos do MS, que atuam no Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST/Aids e Hepatites Virais e no Departamento de Apoio à Gestão Participativa e Controle Social e Saúde do Adolescente. Serão capacitadas cerca de 50 pessoas, sendo 20 do Amazonas – da capital e dos municípios de Manacapuru, Itacoatiara, Parintins, Benjamin Constant, Tabatinga e Tefé. As demais vagas serão ocupadas por representantes do Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A capacitação acontece de 9h às 18h, na Inspetoria Laura Vicunã, na avenida André Araújo, bairro Aleixo.

Esta é a primeira oficina do tipo, realizada na região Norte. O objetivo é capacitar os jovens e elaborar uma agenda de ações preventivas nos estados, com foco na educação entre pares. Segundo a coordenadora estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais, Silvana Lima, as informações e conhecimentos adquiridos darão o embasamento necessário para que atuem em suas comunidades. “No fim da oficina, eles serão parceiros estratégicos para promover ações de prevenção combinada, para o enfrentamento da doença e demais infecções sexualmente transmissíveis”, ressaltou.

De acordo com dados do Departamento Vigilância, Prevenção e Controle da IST/Aids e Hepatite Virais, o Amazonas registrou 15.149 casos de Aids, no período de 1986 a agosto de 2016. Destes, Manaus teve 12.179 casos (80,39%), Parintins 265 (1,74%), Tabatinga 248 (1,63%), Itacoatiara 157 (1,04%), Tefé 155 (1,02%) e Manacapuru (0,74%). A partir de 2006 o estado do Amazonas tem apresentado taxas de detecção superior à média nacional.

Em relação às faixas etárias, a maior concentração dos casos de Aids no Brasil está nos indivíduos com idade entre 25 e 39 anos para ambos os sexos; entre os homens, essa faixa etária corresponde a 53,6% e, entre as mulheres, 49,8% do total de casos de 1980 a 2015. Não se observa diferença na taxa de detecção entre os indivíduos com até 14 anos de idade segundo sexo, enquanto que, entre as demais faixas etárias, a taxa entre os homens é superior a das mulheres, sendo até 2,5 vezes maior no último ano para a faixa etária de 20 a 24 anos. Nos últimos dez anos a infecção pelo HIV/Aids em homens, de 20 a 24 anos dobrou. Em 2005 eram 16,2 e em 2015, 33,1 casos por 100 mil habitantes. O Amazonas acompanha esse perfil. Em relação ao número de casos entre adolescentes e jovens de 15 a 19 anos, o estado registrou 2.934 casos, sendo que Manaus participou com 2.557 (87,15%).

Silvana Lima diz que as estratégias de prevenção sempre tiveram um importante papel na resposta brasileira à epidemia de HIV/AIDS e são resultado de uma atuação conjunta do governo brasileiro, de profissionais de saúde e de movimentos sociais. Nos últimos anos, essas ações foram sendo reestruturadas, resultando na prevenção combinada – um conjunto de estratégias preventivas que inclui a testagem regular para o HIV; a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP); a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); a testagem durante o pré-natal e o tratamento da gestante que vive com o vírus; a redução de danos para o uso de álcool e outras drogas, silicone industrial e hormônios; a testagem e o tratamento de outras infecções sex ualmente transmissíveis (IST) e das hepatites virais; o uso de preservativo masculino e feminino; imunizações; conhecimento dos marcos legais e outros aspectos estruturais e o tratamento antirretroviral para todas as pessoas infectadas com HIV.

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