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Malária ainda é um problema de saúde pública no Brasil, com mais de 140 mil casos em 2023

A malária continua sendo uma doença endêmica no Brasil, especialmente na região amazônica. Em 2023, o país registrou mais de 140 mil casos, com mais de 99% ocorrendo nos estados de Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Acre, Amapá, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. Nesse mesmo ano, a doença causou 73 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.

Érico Oliveira, advogado de Manaus (AM), contraiu malária seis vezes em sua vida, todas provavelmente em sua propriedade na área rural do Tarumã, próxima ao Rio Negro. A presença do mosquito Anopheles, vetor da doença, é favorecida pela localização em meio à floresta.

Myrna Barata, gerente de Malária e outros Hemoparasitas da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), explica que a proximidade com o vetor e a população flutuante, como indígenas, caçadores e garimpeiros, aumentam a transmissão da malária. Pessoas infectadas de áreas endêmicas podem levar a doença para novas regiões, causando surtos anuais na Amazônia.

A maior parte das infecções ocorre em territórios indígenas (40,23%) e áreas rurais (33,68%). Em garimpos, assentamentos e áreas urbanas, os casos são menos frequentes. Alexander Vargas, coordenador de Eliminação da Malária do Ministério da Saúde, destaca que fatores socioambientais, como difícil acesso e desnutrição em áreas indígenas, agravam o problema.

O programa Brasil Saudável, lançado em fevereiro, reúne 14 ministérios para combater a malária e outras 15 doenças e infecções, com metas de eliminar a transmissão da doença e zerar as mortes até 2030. O programa promove ações de proteção social, direitos humanos, capacitação de agentes sociais e iniciativas em infraestrutura, saneamento e meio ambiente.

Para o tratamento, a Organização Mundial da Saúde recomenda combinações terapêuticas à base de artemisinina (ACTs) para Plasmodium falciparum e cloroquina para Plasmodium vivax. Em 2023, o Brasil começou a usar a tafenoquina, medicamento que, combinado com cloroquina, evita recaídas e aumenta a adesão ao tratamento.

Prevenção da malária
Medidas de prevenção incluem:

Uso de mosquiteiros e telas em portas e janelas
Roupas que protejam pernas e braços
Uso de repelentes
Borrifação Residual Intradomiciliar
Drenagem e aterro de criadouros
Saneamento para eliminação de criadouros
Limpeza das margens dos criadouros
Modificação do fluxo da água
Controle da vegetação aquática
Melhoramento das condições de moradia e trabalho
Para mais informações, acesse www.gov.br/saude ou ligue para o Disque Saúde 136, disponível 24 horas por dia, com ligação gratuita.

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