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quinta-feira, março 28, 2024

No mês em que o CBMAM completa 145 anos, conheça a trajetória de quatro guerreiros da corporação

Eles ajudam a escrever a história de uma das corporações mais antigas do país

No último domingo (11/07), o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) celebrou os seus 145 anos. Uma das instituições de maior popularidade no estado, o Bombeiros encarna o simbolismo do herói que arrisca a própria vida para salvar o outro. Para celebrar esta data, vamos conhecer quatro servidores que ajudam a escrever no dia a dia a história da segunda corporação mais antiga do país.

O tenente Waldenilson Sales tem 50 anos de vida e dedicou 30 deles ao Corpo de Bombeiros do Amazonas. Ao ingressar na corporação, em 1991, ele viu e viveu momentos marcantes. Fez cursos de especialização em outros estados, foi combatente de linha de frente em diversas operações e serviu em ocorrências históricas da memória nacional.

“Atuei em várias áreas como combate a incêndio, resgate, Força Nacional, chefe do Batalhão Bombeiros Especial, coordenador do curso de Bombeiros Mirins, e no final da carreira na Casa Militar do estado”, contou Sales.

Nessas três décadas em que, muitas vezes, arriscou a própria vida para ajudar outras pessoas, o tenente ressalta que uma das ações mais importantes foi no ano de 2010, em Niterói, no estado do Rio de Janeiro.

Na ocasião, o militar atuou no resgate dos corpos das vítimas do deslizamento de terra no morro do Bumba, local em que mais de quarenta moradores tiveram suas vidas ceifadas por uma chuva torrencial que causou o deslizamento de terra.

Quanto à motivação de seguir a carreira de bombeiro militar, o tenente conta que sempre foi um sonho de criança. O imaginário infantil de andar dentro do carro dos bombeiros se tornou realidade e, mais que isso, se transformou na sua missão de vida.

Atual comandante do Pelotão Fluvial, o tenente Barbosa Amorim entrou na patrulha militar dos bombeiros em 1994. Desde então passou pelas áreas de combate a incêndios, primeiros socorros, salvamento em altura, aquático e em aeronaves.

Nestes 27 anos de trajetória profissional, o comandante relembra o início da jornada que o fez decidir, ainda na década de 1990, ser um bombeiro militar. O bombeiro estava ainda vinculado à Polícia Militar. “Então, eu fiz primeiro o concurso. Passei. E me tornei policial militar naquele ano de 1994. Em seguida, teve uma seleção para ir para o Bombeiro. Entrei e fui fazer curso”, descreveu o comandante.

Experiência inesquecível – O ânimo de salvar vidas e ajudar ao próximo foram coisas que estimularam Barbosa Amorim a vestir a farda marrom, padrão dos bombeiros do estado. E foi atendendo a uma ocorrência de incêndio urbano, demanda carro-chefe dos bombeiros, que o militar agiu em uma das ações mais inesquecíveis de sua vida.

O incêndio em uma casa no bairro Educandos tirou a vida de uma criança de um ano e oito meses. Durante a ação, felizmente, outra criança conseguiu ser salva pelos bombeiros. Na época, o tenente estava com filhos da mesma idade.

O anseio por preservar vidas em situações extremas também vem acompanhado da certeza de que, por vezes, nem todas conseguirão ser salvas. Isto não abala a garra do tenente na busca de resgatar quantas vítimas forem possíveis em cada uma das ações que participa.

“Uma guerra não se ganha sem logística e vidas que conduzem vidas para salvar vidas”. O autor da frase é o tenente Augusto Lobato, comandante da Seção de Contra Incêndio do CBMAM, dentro do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.

O tenente relata que passou em três concursos, mas escolheu e se identificou com o de bombeiro militar, em 1993, pois tem atividade fiscal, da qual gosta, e a ação classificada por ele como prazerosa de salvar vidas.

No currículo, a atuação de chefe de guarnição, comandante da companhia dos bombeiros do município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), além de operar nas áreas administrativas como subdiretor de logística da corporação. E na memória, o resgate bem sucedido de uma criança presa em um poço artesiano.

O comandante do Batalhão de Incêndios Florestais e Meio Ambiente (BIFMA), tenente-coronel Joselio Monteiro, lembra com precisão a data exata em que começou a integrar o efetivo do Corpo de Bombeiros do estado: 12 de março de 2004.

Das lembranças que se destacam na carreira e na vida do profissional está o naufrágio da embarcação Comandante Sales, em 2008, nas águas do rio Solimões. A tragédia tirou a vida de 48 pessoas. O coronel explica que a ocorrência foi marcada pela quantidade de vítimas fatais, que os bombeiros tiveram que resgatar.

Ele descreve que a vida de bombeiro militar exige aperfeiçoamento físico e intelectual por ser uma atividade que se depara com riscos de diversas naturezas e necessita conhecimento multidisciplinar de praticamente todas as áreas estudadas pela ciência. E resume o equilíbrio entre força e empatia que o militar deve ter durante as ações.

“O trabalho e a vida de um bombeiro militar é a preparação para partir para um local onde as pessoas estão fugindo de lá pelo medo do sinistro que está ocorrendo. Trabalha em situações adversas, mas com sensibilidade e empatia com a vítima, tanto pessoas como animais envolvidos”, afirmou Monteiro.

FOTO: Arquivo pessoal

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