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quarta-feira, abril 17, 2024

No private banking, consultoria especializada é exigência

Por Fábio Euzébio, gerente geral da Unidade Private Bank do Banco do Brasil. Graduado em direito, possui MBA em Marketing e em Formação geral para altos executivos.

O contexto econômico desafiador apresenta grandes oportunidades para investidores que buscam perpetuar seu patrimônio financeiro. No entanto, para aproveitá-las, é preciso ter um plano de investimentos adequado aos objetivos e resiliência quanto às oscilações de preços. É neste sentido que os bancos têm refinado sua atuação junto a clientes cada vez mais exigentes e com informação disponível o tempo todo. O diferencial passa a ser a qualidade do aconselhamento na aplicação do conceito clássico de diversificação dos investimentos, uma característica fundamental para se destacar em qualquer mercado, e se reforça ainda mais quando se trata do multimilionário mercado brasileiro de private banking.

O integrado mundo digital vem alterando, de forma positiva, a interação entre clientes e fornecedores, e na atividade de private banking não é diferente. Aconselhamento e soluções de alto nível estarão cada vez mais presentes nos canais digitais. Entretanto, a evolução do modelo preservará a relevância do consultor financeiro como profissional de confiança, capaz de entender os problemas dos clientes a cada nova situação de vida. O sucesso na entrega de soluções qualificadas aumenta quando se está mais disponível para o cliente.

O cliente private exige consultoria financeira realizada por profissionais altamente qualificados, devidamente certificados e sempre atentos às melhores oportunidades do mercado. Os private bankers devem ser capazes de analisar diferentes cenários e montar portfólios equilibrados entre os diversos produtos de investimento. No entanto, a eficácia do aconselhamento depende da leitura correta do comportamento do investidor, que vai muito além de classificações simples como “conservador” ou “arrojado”. É preciso considerar aspectos como a fase no ciclo de vida, estrutura familiar, experiência com o mercado e a forma de interpretar variações nos preços de ativos.

Neste contexto o Banco do Brasil Private vem se destacando, conquistando clientes pela solidez da marca e padrão de atuação de seus bankers. Hoje, o BB Private tem o maior time de consultores com CFP®, certificação reconhecida internacionalmente e que distingue o profissional de planejamento financeiro. Ao todo, são 234 bankers distribuídos em 75 municípios em todas as regiões do Brasil, e com presença também no exterior. Uma estrutura que permite estarmos mais próximos ao cliente facilitando a consultoria qualificada.

Com relação ao aconselhamento de investimentos no atual cenário, marcado por forte volatilidade e um nível elevado da taxa Selic, a procura por ativos de baixo risco e alta liquidez se mostra mais presente. Títulos de renda fixa isentos de imposto de renda, como a LCI e a LCA, tornaram-se bastante populares entre os investidores individuais. Esta é uma característica do mercado financeiro, ou seja, observa-se que alguns ativos e produtos se destacam durante determinados momentos do ciclo econômico.
Exemplificando, em 2007, proliferavam notícias sobre as oportunidades na Bolsa brasileira, incluindo as ofertas iniciais de ações, que se tornaram muito populares. Os fundos imobiliários viveram um bom momento em 2011, e em 2012 os títulos longos indexados ao IPCA ganharam o público – o índice IMA-B, que representa estes títulos, exibiu retorno de 26% naquele ano. Vale lembrar que, em 2012, títulos como a LCI e a LCA não eram tão populares quanto hoje.

É fato que os títulos isentos e indexados ao CDI são uma alternativa interessante, tanto que compõem boa parte da alocação sugerida pelo nosso private e também pelo mercado. Por outro lado, o desempenho das opções de investimento varia com o tempo e os ciclos econômicos, e antecipar-se a estes movimentos não é uma tarefa nada trivial. A forma mais indicada para proteger e perpetuar o patrimônio financeiro é manter os recursos alocados em várias classes de ativos, mesmo que para algumas delas a performance almejada leve mais tempo para se concretizar. Hoje recomendamos Títulos Pré-Fixados e Indexados ao IPCA, COE e Fundos Multimercados, mas não deixamos de sugerir manter uma parcela do patrimônio em ações brasileiras.

Quando a Instrução CVM n° 555 entrou em vigor, em outubro do ano passado, a montagem de portfólios diversificados aqui no Brasil ganhou instrumentos poderosos. Dentre as alterações introduzidas pela nova instrução, a CVM facilitou aos fundos de investimentos o acesso ao mercado internacional, desde que respeitados certos limites para cada tipo de investidor. A incorporação destes produtos nos portfólios tem alto potencial de redução de risco e melhoria de retorno, uma vez que o investidor passa a ter alternativas em um mercado bem mais amplo e com boas oportunidades.

O processo de diversificação, portanto, passa pela elaboração de um plano de investimentos de longo prazo. Para ter sucesso, a disciplina é fundamental, incluindo a resiliência em relação a classes de ativos que não estiverem com bom desempenho em determinado período. Isto se contrapõe à ideia de tentar, a cada momento, acertar o futuro melhor investimento. É desejável que o plano defina também o percentual que será destinado a operações de oportunidade, o que depende do perfil e comportamento do investidor.

O refinamento da atuação dos private banks brasileiros caminha nesta direção. Continuar atuando de forma isenta e transparente, investir na atualização dos produtos e soluções e ampliar os canais de relacionamento, em um mundo cada vez mais digital. Devemos estar bem próximos ao cliente para ajudá-lo em seu processo de tomada de decisão, ressaltando a importância na montagem de planos disciplinados e bem diversificados.

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