25.3 C
Manaus
quarta-feira, dezembro 6, 2023

O lado mental por trás das conquistas do Flamengo

Flamengo e Pedro, uma relação que teve seus altos e baixos. Hoje, felizmente, os baixos ficam apenas numa remota lembrança de um início de temporada difícil. O centroavante rubro-negro é o melhor da Copa Libertadores. No entanto, não foi apenas Pedro que desfilou na competição, o quarteto reconstituído por Dorival faz a diferença em cada partida, seja por Libertadores ou não. E como o uruguaio, Arrascaeta confirmou:

“Alegria gigante. A gente tem conquistado neste clube, durante os últimos anos, uma coisa que vai ficar com certeza na história deste grande clube. A gente está construindo, tem muita coisa pela frente para conquistar, mas a palavra para mim é gratidão. Esse ano foi à base do sacrifício, da superação, tivemos que dar a volta por cima. Esse time mostrou que a qualidade e ter a cabeça forte também é importante”, disse Arrascaeta, em entrevista para a ESPN Brasil.

Apesar dos louros, os títulos do Mais Querido não vieram apenas da técnica, tática e uma preparação física forte, os tempos são outros. Assim como parte da sociedade precisa de ajuda psicológica, também os jogadores. O futebol não é o mesmo do passado. Os craques daqueles tempos, poderiam não ser os mesmos hoje em dia. Um jogador tem que lidar com pressões, multidões, psicológico coletivo e individual. Sem contar que todos evoluíram e, ser bom hoje, exige muito mais físico e psicológico do que na era de ouro.

Da mesma forma, não compararia Pelé a Cristiano Ronaldo, Nunes a Pedro. São outros tempos. Penso que Pedro naquela época seria o melhor do mundo. Mas não digo apenas pelos espaços e técnica desenvolvida dos jogadores, assim como estratégias aprimoradas dos treinadores. Digo pelo principal: ter cabeça, manter a homeostase, em meio à pressão nas redes sociais, investidores, empresários, torcedores, entre outros fatores que são bem mais massivos que naquela época.

“Atualmente, no jogo do futebol moderno de pressão em linhas altas, existe muito mais chances de falhas nos momentos-chave da partida. Por exemplo, no passe final ou naquele corte crucial do zagueiro. O trabalho mental consegue aumentar a assertividade dos jogadores nos lances onde a concentração é quase tão importante quanto a ponta das chuteiras. Isso fica nítido quando um técnico que passa a confiança aos atletas de um time que estava à beira da zona do rebaixamento e consegue ser campeão de duas copas e ocupar o terceiro lugar no campeonato nacional”.

“Os craques modernos lidam com uma bagagem extra que muitas pessoas não consideram, como: uma mídia que, literalmente, sabe todos os seus passos, salários infinitamente maiores aos do passado e uma cobrança que, às vezes, extrapola. Portanto, o trabalho mental não é somente para o atleta que está em baixa, ele serve para que, por exemplo, o melhor da América continue sendo o melhor. A palavra que define a performance é constância”.

Agora, o Rubro-Negro tem um desafio maior para testar o lado mental tanto de comissão quanto dos atletas, o Mundial de Clubes. Se tudo der certo, a final promete o embate entre Flamengo e Real Madrid (ESP). Enfim, é o momento de ajustes finos e refinamentos de processos para que o clube esteja na ponta dos cascos em fevereiro.

Por Fabiano de Abreu

spot_img