A Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lançaram luz sobre uma extensa rede ilegal de utilização de mercúrio na mineração de ouro do Brasil. A investigação, que desvendou o esquema de contrabando do elemento químico para garimpos, sobretudo na região Amazônica, resultou na operação Hermes Hg II, executada nesta terça-feira (8). Durante a ação, mandados de busca e apreensão foram realizados em quatro estados brasileiros.
A Justiça Federal de Campinas (SP) impôs um bloqueio de bens avaliado em R$ 2,9 bilhões dos suspeitos e estabeleceu uma fiança preventiva de 200 salários mínimos. A operação resultou na apreensão de 605 kg de mercúrio. As autoridades apontam que quase toda a mineração de ouro no país pode estar envolvida com mercúrio ilegal, uma vez que a importação do produto é altamente restrita e sua produção nacional é inexistente, fazendo com que todo mercúrio no país seja ilegal.
Dalton Marinho, delegado da Polícia Federal encarregado da investigação, mencionou que entre os clientes finais do mercúrio ilegal estão grandes mineradoras nacionais. A operação visa cessar a circulação de mercúrio ilegal no território nacional. Os nomes das empresas e dos envolvidos permanecem em sigilo devido à natureza da investigação.
A operação se estendeu por múltiplos estados, com mandados cumpridos no Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. Este esforço conjunto entre PF e Ibama representa uma ação decisiva no combate aos delitos ambientais e na proteção dos ecossistemas contra as consequências devastadoras da mineração ilegal.