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terça-feira, abril 16, 2024

Por que as pessoas fazem uma cirurgia plástica?

Muitas pessoas alteram cirurgicamente a sua aparência física com a intenção de aumentar o seu bem-estar social e psicológico. No entanto, a eficácia, a longo prazo, da cirurgia estética na melhoria do bem-estar não estava confirmada. Um estudo recente se debruça sobre essa questão

Em um estudo de longo prazo, uma equipe de cientistas investigou os efeitos psicológicos da cirurgia plástica em cerca de 550 pacientes. Como resultado final, os participantes demonstraram mais satisfação com a vida e mais autoestima após a cirurgia ter alterado sua aparência física. Os resultados compõem o maior estudo já feito sobre esta questão foram publicados na revista científica Clinical Psychological Science.

O objetivo do estudo

Os pesquisadores buscaram descobrir se os pacientes que se submetem à cirurgia plástica eram sistematicamente diferentes das outras pessoas, que metas eles estabeleceram para si mesmos, antes da cirurgia, e que metas eles conseguiram alcançar depois do procedimento cirúrgico.

Os pesquisadores compararam 544 pacientes que fizeram uma cirurgia plástica pela primeira vez com dois outros grupos: 264 pessoas que já tinham pensado em fazer uma cirurgia plástica e, em seguida, decidiram não fazer o procedimento, e, por outro lado, 1000 pessoas, da população em geral, que nunca se interessou pelo tema.

“O desejo de uma melhor aparência por razões estéticas geralmente ocorre em pessoas mais jovens com rendimentos ligeiramente acima da média. As mulheres representam 87% de todos os pacientes que optam pela cirurgia plástica. No geral, não houve diferenças significativas entre os três grupos estudados em termos de variáveis ​​psicológicas e de saúde, como a saúde mental, satisfação com a vida e níveis de depressão”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada (CRM-SP 62.735).

A maioria dos pacientes não espera o impossível de uma cirurgia

Usando um instrumento psicológico, chamado Goal Attainment Scaling, os investigadores examinaram também os objetivos que os pacientes queriam alcançar por meio de uma cirurgia estética.

Juntamente com questões abertas, frases padrão foram oferecidas à apreciação dos participantes, incluindo duas claramente irrealistas: “Todos os meus problemas serão resolvidos” e “Eu serei uma pessoa completamente nova.”
“Apenas 12% dos entrevistados optaram especificamente por essas metas padrão irrealistas. Nas questões abertas, os pacientes responderam de forma mais realista, expressando desejos, tais como ‘se sentir melhor’, ‘eliminar manchas’ e ‘desenvolver mais autoconfiança’”, conta o diretor do Centro de Medicina Integrada.

Melhorias, a longo prazo, em variáveis ​​psicológicas após a cirurgia

Os pesquisadores testaram os pacientes antes da cirurgia, bem como três, seis e doze meses depois. “Em média, os participantes afirmaram ter alcançado o objetivo desejado e estarem satisfeitos com os resultados, a longo prazo. Em comparação com aqueles que tinham optado por não fazer a cirurgia plástica, os pacientes que fizeram a cirurgia plástica se sentiam mais saudáveis, menos ansiosos, tinham desenvolvido mais autoestima e consideravam seus corpos mais atraentes. Não foram observados efeitos adversos. Assim, os pesquisadores foram capazes de estabelecer um nível elevado para a média de sucesso do tratamento da cirurgia plástica, também em termos de características psicológicas”, afirma Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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