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sexta-feira, março 29, 2024

Prefeitura mantém telemonitoramento de pacientes com tuberculose durante a pandemia da Covid-19

A Prefeitura de Manaus já atendeu 167 pacientes pelo serviço de telemonitoramento para acompanhamento do tratamento da tuberculose. Iniciado em novembro do ano passado, o serviço é executado por uma equipe composta por enfermeiros e médicos e permite que a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), mesmo com a sobrecarga das demandas na pandemia da Covid-19, possa fornecer suporte e monitorar os pacientes de forma contínua.

Segundo a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, o prefeito David Almeida determinou o reforço do telemonitoramento, que tem o objetivo de atender casos de novos pacientes diagnosticados com tuberculose e que são acompanhados na rede municipal de saúde.

“A partir do telemonitoramento, os pacientes contam com uma equipe de profissionais que vai fornecer informações sobre a doença e o tratamento, mas que também identifica demandas e faz o encaminhamento aos equipamentos de suporte social, o que envolve benefícios como o recebimento de cestas básicas, o aluguel social e benefício de prestação continuada”, ressaltou.

Shádia acrescentou que além de fatores de risco relacionados com o sistema imunológico de cada um, o adoecimento por tuberculose tem relação, em muitos casos, com as condições precárias de vida, o que também terá impacto no sucesso ou fracasso do tratamento. “Por esse motivo, o prefeito David Almeida nos determinou que as questões sociais de cada paciente devem ser sempre consideradas no acompanhamento pelos profissionais de saúde”, explicou a secretária.

Serviço

O telemonitoramento é feito com a realização de ligações telefônicas para o paciente a cada 15 dias ou com maior frequência, dependendo da avaliação realizada pela equipe.

“Quando a equipe julga que é necessária uma avaliação presencial, o paciente é encaminhado até a Unidade de Saúde em que realiza o tratamento para que haja uma resolução da situação. Em alguns casos, há encaminhamento para orientações com nutricionistas e psicólogos, bem como com médicos cardiologistas por meio da ação ‘SOS Coração Amazonas’, em uma parceria estabelecida com a Sociedade Brasileira de Cardiologia”, disse o chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Daniel Sacramento.

Desde o início do telemonitoramento, houve 35 encerramentos de acompanhamento, dos quais 28,7% ocorreram por boa adesão ao tratamento/cura e 25,7% por transferência para unidades de referência estadual ou mudança do paciente para outro município, nos demais casos houve perda de contato com o paciente (ligações sem sucesso ou não atendidas por mais de sete dias).

“Inicialmente, a proposta foi realizar o acompanhamento até o terceiro mês, porém os pacientes estão sendo acompanhados até o final do tratamento”, afirmou Daniel, destacando que a duração do tratamento é de no mínimo seis meses e todos os pacientes que seguem o tratamento corretamente ficam curados.

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela microbactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), e afeta principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos e sistemas do corpo humano. Sendo uma doença de transmissão aérea, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.

O principal sintoma é a tosse e por isso a recomendação é que todo sintomático respiratório – pessoa com tosse por duas semanas ou mais – procure uma unidade de saúde para ser examinado.

O tratamento é gratuito e disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS). “O serviço de telemonitoramento é complementar ao acompanhamento já realizado nas Unidades de Saúde, com atendimento, monitoramento, avaliação dos casos e dispensação de medicamentos”, garantiu Daniel Sacramento.

Em 2020, Manaus registrou 2.092 casos novos de tuberculose, com uma redução de cerca de 11% em relação a 2019, quando foram notificados 2.348 casos novos da doença.

Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa

Foto -João Viana / Arquivo Semcom

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