Desempenho de 2018 é menor do que a expansão de 4,5% registrada em 2017. Mas a
perspectiva é que o resultado seja melhor neste ano, por causa das expectativas
de recuperação mais forte da produção
A produtividade do trabalho na indústria de transformação aumentou 0,9% em 2018 na comparação com 2017. Foi o quarto ano consecutivo de crescimento do indicador. O resultado, no entanto, é menor do que a expansão de 4,5% registrada no ano anterior, informa o estudo divulgado nesta quarta-feira, 13 de março, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “A produtividade é um dos principais determinantes da competitividade da indústria e é essencial para o crescimento do país”, afirma o gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca.
O fraco desempenho da produtividade é resultado do aumento da incerteza e da frustração com o crescimento da demanda ao longo do ano passado. Mesmo assim, as perspectivas para 2019 são positivas e, na avaliação da CNI, o ritmo de crescimento da produtividade será maior do que o de 2018. Isso porque a economia e a indústria devem crescer com maior vigor. “A confiança do empresário voltou a crescer e seus reflexos sobre o investimento deverá se fazer cada vez mais presente. O investimento estimulará o crescimento da produtividade”, afirma o estudo.
A produtividade é resultado da divisão do número de unidades produzidas pelo número de horas trabalhadas na produção. O aumento de 0,9% em 2018 reflete a expansão de 1,1% na produção e de 0,2% nas horas trabalhadas. O estudo lembra que as previsões otimistas de crescimento da economia no início de 2018 foram frustradas pela greve dos caminhoneiros, que afetou a produção, e pelas incertezas do processo eleitoral, que tiveram forte impacto sobre o consumo e os investimentos. “A frustração das expectativas provocou um processo de ‘para e anda’ na produção e nas horas trabalhadas, o que resultou em comportamento volátil da produtividade ao longo de 2018”, avalia a CNI.