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Redução no consumo de tabaco é confrontada pelo aumento do uso de cigarros eletrônicos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora uma diminuição no consumo global de tabaco, de 1 em cada 3 adultos em 2000 para 1 em cada 5 em 2022. Contudo, surge uma nova preocupação: o crescente uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), incluindo cigarros eletrônicos, “vapes” e dispositivos em formato de “pen drive”.

Uma análise detalhada indica que os jovens são especialmente atraídos pelos cigarros eletrônicos, devido à facilidade de acesso, sabores variados e estratégias de marketing atraentes. Dra. Andrea Sette, pneumologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, ressalta a ilusão de que esses dispositivos são inofensivos, emitindo apenas “vapor de água”.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019 mostra um alto índice de experimentação de cigarro eletrônico entre adolescentes de 13 a 17 anos. Como consequência, há um aumento significativo de casos de problemas respiratórios graves entre jovens, como asma exacerbada, tosse, falta de ar, pneumonia e insuficiência respiratória aguda, ligados ao uso desses dispositivos.

Contrariando a percepção de serem “mais seguros” por não conterem monóxido de carbono, os cigarros eletrônicos possuem nicotina e várias outras substâncias químicas nocivas, incluindo agentes cancerígenos. Dra. Sette alerta também para os riscos específicos dos DEFs, como a liberação de metais pesados e o potencial de explosão dos dispositivos.

O Hospital São Luiz Itaim, situado na zona Sul de São Paulo e com mais de 80 anos de tradição, oferece um centro de diagnóstico completo para investigar e acompanhar esses casos. O hospital dispõe de exames de imagem de alta resolução e laboratório de função pulmonar avançada, entre outros serviços em mais de 40 especialidades.

No Brasil, a venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas desde 2009 por uma portaria da ANVISA. Apesar disso, a aquisição desses produtos ainda é fácil, tanto online quanto em lojas físicas. Atualmente, a ANVISA está finalizando um posicionamento sobre a liberação desses dispositivos.

A nicotina continua sendo uma das drogas mais consumidas mundialmente. A OMS estima que o tabagismo causou mais de 100 milhões de mortes no século XX e poderá causar até um bilhão de mortes no século XXI, com uma contribuição significativa dos DEFs. Dra. Sette enfatiza a necessidade de a sociedade entender os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos e tomar medidas para conter essa tendência.

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