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sexta-feira, março 29, 2024

Saúde indígena é discutida no Vale do Javari

O diálogo intercultural entre as práticas tradicionais indígenas e científicas de cuidados com a saúde começa a ser exercitado nesta terça-feira (17), na comunidade indígena São Sebastião, localizada no município de Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus). Várias oficinas serão realizadas como parte do projeto “Novos e Velhos Saberes: Uma interlocução de práticas tradicionais e cientificas de cuidados com a saúde indígena no Vale do Javari”, que é executado em parceria entre o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), o Ministério da Justiça (MJ) e organizações indígenas locais.

A ação vai reunir aproximadamente 40 marubos (por oficina), de comunidades próximas, e será realizada até sexta-feira (20), mas o projeto (que tem recursos de R$ 244 mil) visa beneficiar mais de dois mil indígenas de Atalaia do Norte, no alto rio Solimões.

O objetivo é promover a qualidade de vida dessas pessoas, por meio do diálogo intercultural entre as práticas tradicionais dos indígenas e as científicas, que são adotadas por meio de serviços oferecidos pelo Distrito Especial de Saúde Indígena (DSEI/Vale do Javari).

A coordenadora do projeto é a gerente de Pesquisa e Conhecimentos Tradicionais da Seind, a socióloga Chris Lopes. A proposta é gerar conhecimentos preventivos de doenças corriqueiras e informar sobre as aquelas mais complexas, entre as quais, as sexualmente transmissíveis (DSTs).

Terceira maior terra indígena do Brasil, o Vale do Javari tem uma população de aproximadamente 3,5 mil indígenas, distribuídos entre os povos Marubo, Matis, Kulina e Kanamary.

Doenças
De acordo com o projeto, atualmente estudos registram a ocorrência de doenças como hepatites virais, filarioses, infecto-contagiosas e do aparelho respiratórios que, somadas à grande desnutrição infantil, entre outros problemas, justificam as reivindicações constantes das organizações indígenas por atenção, formação de recursos humanos e implementação de práticas adequadas de manutenção da vida indígena.

Entre as organizações que mantém parceria com a Seind na execução de projetos naquela localidade estão União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava) e a Associação Marubo de São Gabriel (Amas).

Cartilhas
A meta é que, ao final do projeto, o resultado de todas as atividades seja transformado em cartilhas bilíngues, que expressarão como os indígenas e o sistema oficial de saúde podem atuar juntos na prevenção de doenças.

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