O projeto “Frutas Nativas” começou a ser discutido, neste fim de semana, em Novo Airão (a 115 quilômetros de Manaus). A proposta é transformar a produção de frutas como cubiu, caçari e camapu em fonte de renda para indígenas do município.
A audiência pública foi organizada pelo Instituto Maku-Itá (que significa nômade na língua Baré), com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind).
O projeto já está em fase de elaboração junto à Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e deverá beneficiar 80 famílias, de 20 povos diferentes, de acordo com a presidente do Instituto Maku-Itá, Alvanira Soares Palmela, do povo Lanawa.
A proposta é que, durante três anos, sejam investidos recursos de aproximadamente R$ 1 milhão, que seriam obtidos por meio de parcerias da entidade com os governos estadual e federal, além de outras instituições não governamentais.
“A ideia está posta e nossa conversa com os agricultores indígenas foi saber se eles têm interesse em trabalhar com esse projeto”, informou Alvanira.
Além de representantes da entidade, a reunião extraordinária realizada na Câmara Municipal de Novo Airão, no último sábado, teve a participação do secretário da Seind, Bonifácio José Baniwa, e do coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Edivaldo dos Santos Oliveira, do povo Munduruku.
Combate à pobreza
Desde 2012, a Seind tem aproximado os parceiros do Instituto Maku-Itá, que foi criado em 2005, com o objetivo de defender os direitos, o patrimônio cultural e os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, além de promover o desenvolvimento socioeconômico e o combate à pobreza.
Habitação
Outro assunto tratado na reunião foi a questão fundiária. As comunidades indígenas de Novo Airão devem ser inseridas no processo de implantação do Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU), e até no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). Este último já chegou a comunidades indígenas dos municípios de Tefé, Maraã, Alvarães, Rio Preto da Eva e São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus).
Em novembro do ano passado, a Seind recebeu representantes do Instituto Maku-Itá, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e da Fênix Consultoria, para tratar do assunto.