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quinta-feira, abril 18, 2024

SESI orienta pais e alunos sobre o Novo Ensino Médio

Para apresentar aos pais e alunos o Novo Ensino Médio, tirar dúvidas e ouvir sugestões, a área de Educação do Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas) promoveu, nesta quinta-feira, 03, uma conversa, virtual com alguns pais, e presencial com alunos já matriculados ou com intenção de se matricular na nova modalidade para o próximo ano letivo, quando o SESI começa para valer a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) na oferta do combo Ensino Médio + Curso Técnico.

As escolas da rede pública e privada de todo o país têm até 2022 para se adaptar e implementar a reforma do Ensino Médio, conforme alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O SESI, que ofereceu já em 2019 as primeiras turmas com base na reforma, passa a oferecer exclusivamente a nova modalidade de ensino médio em 2021, antecipando-se à legislação.

De acordo com a professora Ana Karina Holanda, gerente da Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, onde o Novo Ensino Médio será ofertado, o estudante vai dispor de uma metodologia muito mais dinâmica, flexível e criativa, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional. No ano que vem o SESI, segundo ela, já coloca à disposição do mercado de trabalho os primeiros 63 alunos com certificação pelo Novo Ensino Médio.

Além dos cursos técnicos oferecidos pelo SENAI, a carga horária mínima anual do ensino médio será ampliada de 800h para 1.000h, com nova organização curricular que deverá contemplar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de diferentes itinerários formativos, com foco em áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional. Ana Karina explicou que, na nova estrutura curricular os alunos possuem autonomia para as escolhas das áreas de afinidade e concluem o ensino médio junto com o curso técnico.

Depois de apresentar, em vídeo, as duas Escolas onde serão ministrados os cursos técnicos do Novo Ensino Médio – Escola SENAI Antônio Simões, no Distrito Industrial, que oferece o técnico em mecatrônica e o técnico em rede de computadores, e Escola SENAI Waldemiro Lustoza, localizada no bairro Cachoeirinha, que habilita o técnico em mecânica – a apresentadora passou a palavra ao instrutor Silvano Batista, da área de automação e mecatrônica da ESAS.

Em poucos minutos, Batista conseguiu dar aos pais e alunos uma ideia do resultado prático dessa formação para o mundo do trabalho. Segundo ele, um técnico de mecatrônica, que vem a ser o cruzamento da mecânica com eletrônica – ou sistemas eletromecânicos automatizados controlados por computador – é bastante valorizado no mercado de trabalho atual, situado numa faixa salarial de R$ 6 mil, assim como o técnico de rede de computadores, que está na faixa R$ 4 mil a R$ 5 mil.

Os alunos tiveram oportunidade de assistir ao vivo algumas experiências levadas por ex-alunos e professores nos estudos de química que acompanham o Novo Ensino Médio, junto com os estudos de física e biologia. A ex-aluna Noemia Duarte mostrou as “experiências incríveis” que teve. “Os projetos que vocês vão poder realizar vão abrir portas para vocês não só aqui no Brasil, mas em qualquer lugar em que decidam morar, até nos Estados Unidos”, disse ela.

Uma das experiências apresentadas fez parte dos projetos inscritos pelos professores do SESI na Olimpíada de Química do Rio de Janeiro deste ano. “Além de olimpíadas, com o Novo Ensino Médio vocês vão poder participar de eventos científicos até maiores”, disse Noemia. Na sequência, foram entregues os certificados aos alunos do SESI Amazonas que participaram dos projetos inscritos na Olimpíada.

Ao falar das vantagens, até financeiras, da iniciação científica, o professor Jefferson Ítalo Almeida Silva, que atua no ensino fundamental da Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, disse que os futuros alunos do Novo Ensino Médio devem se esforçar para, quando estiverem aptos, entrar numa universidade pública, onde vão poder exercitar o que aprenderem no SESI e no SENAI.

“Vocês vão usar a linguagem científica para explicar o simples”, disse ele, e contou a respeito de um projeto científico pessoal com o qual ganhou um prêmio em dinheiro: provar por A mais B que o asfalto de Manaus é ruim. O projeto e seu resultado, que arrancaram risos da plateia, foram usados pelo professor como exemplo de uma ideia simples valorizada pela linguagem científica.

Básico e profissional

Desenvolvido conjuntamente pelo SESI e pelo SENAI, o projeto de cursos do Novo Ensino Médio divide 3.000 horas em 1.800 de educação básica e 1.200 para formação profissional, de acordo com a nova grade proposta pelo MEC, tudo em um único turno, pela manhã: o 1º ano é reservado para formação geral (800h) + iniciação para o mundo do trabalho (200h), com um dia na semana de aulas no SENAI. O 2º ano: formação geral para a área industrial (600h) + módulo integrador (400h), com dois dias no SENAI; o 3º ano: formação geral para a habilitação técnica (400h) + habilitação técnica no curso escolhido (600h) e três dias no SENAI.

As matérias tradicionais continuam existindo no Novo Ensino Médio, mas são apresentadas em um novo contexto, divididas em cinco grandes áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias (conteúdos de língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologia da informação e comunicação); Ciências Humanas e suas Tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (química, física e biologia); Matemática e suas Tecnologias; e Formação técnica e profissional (cursos técnicos em parceria com o SENAI).

No SENAI, o ensino será dividido em três módulos: no 1º ano, os alunos têm contato com o mundo do trabalho, que estimula o autoconhecimento. No 2º ano, cursam o módulo básico introdutório, para que comecem a ter contato com áreas do curso escolhido, trabalhando os fundamentos iniciais. Para concluir a certificação, no 3º ano, os alunos têm o foco na ocupação profissional específica. As aulas da parte prática e teórica dos cursos técnicos são feitas in loco, utilizando toda a infraestrutura e os laboratórios dos cursos no SENAI.

Ao final do 3º ano, o estudante receberá certificação única do ensino médio com formação técnica profissional SESI/SENAI. As duas formações e aprovações dependerão uma da outra, atendendo às exigências da legislação. Todo esse modelo é ideal para que o jovem estabeleça relação entre teoria e prática, além de se preparar para o ensino superior e os desafios do mundo do trabalho.

Material didático

Em 2021, as escolas da Rede SESI começam com o Novo Sistema Estruturado de Ensino, alinhado com a BNCC, utilizando material didático próprio e autoral desde a educação infantil até a Educação de Jovens e Adultos (EJA), passando também pelo ensino fundamental e o Novo Ensino Médio.

“A proposta pedagógica para essa estrutura de ensino é fazer com que no lugar das antigas provas teóricas, desestimulantes, exista um novo conjunto de avaliações posicionando o aluno como protagonista do aprendizado”, disse a gerente Ana Karina. Os conceitos, segundo ela, são gerados com base na resolução de problemas: produção autoral, projetos interdisciplinares, debates, teste de progresso e simulados.

Foto: Divulgação

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