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quinta-feira, março 28, 2024

Setembro de 2020 registrou maior número de casamentos no AM em três anos

Setembro de 2020 foi o mês que registrou o maior número de casamentos no Amazonas em quase três anos. Ao todo, foram 960 celebrações realizadas no estado. O último mês que superou esse número foi dezembro de 2017, quando foram registrados 1.255 casamentos. As informações foram apuradas pelo G1 Amazonas.

Os dados são da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), com base nos atos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, e foram repassados pela Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg/AM).

As cerimônias presenciais chegaram a ser suspensas durante o pico da pandemia no estado, entre abril e maio, por conta de um decreto do governo que proibia a realização de eventos e aglomeração de pessoas. Com a retomada de atividades, em junho, foi permitida a volta gradual. Por conta disso, abril de 2020 teve o menor registro de casamentos desde janeiro de 2017 – com apenas 79 casamentos.

A esteticista Priscila Ferreira e o autônomo Adriano Ferreira tinham planejado se casar em junho deste ano. Tudo já estava praticamente pronto para o grande dia, mas a pandemia mudou os planos do casal. Juntos desde 2018, eles só queriam oficializar a união diante dos amigos e familiares. A solução foi adiar a festa e refazer o planejamento de um ano.

“Começamos a namorar em 2018 e ficamos noivos em 2019 e, desde então, começamos a fazer todo o planejamento para o casamento. Conseguimos fazer o chá, uma semana antes da pandemia começar, e aí quando começou pensamos que logo ia passar e a gente ia conseguir se casar no dia 13. Mas não passou e começamos a adiar”, lembrou Priscila.
Sem data prevista para o buffet e liberação de eventos por parte do governo, só em agosto o casal conseguiu marcar o “grande dia” para 4 de setembro.

“Nosso medo era não conseguir se casar no religioso. A solução foi casar no cartório, via online, no dia 25 de julho e o religioso foi no dia 4 de setembro. Pensamos em desistir, mas não tinha como mais. Aí tivemos que refazer o planejamento, mas graças a Deus deu tudo certo”, contou.

Já a assistente administrativo Vivian Deborah de Souza e o auxiliar de despachante Arilson Teixeira Bentes marcaram a tão sonhada data do casamento para o mês setembro. No entanto, por conta da pandemia, muitas coisas precisaram ser revistas antes dos noivos subirem ao altar.

A noiva contou ao G1 que já estava se planejando, antes da pandemia, mas após a explosão de casos e fechamento do comércio, tudo ficou mais difícil. Segundo Deborah, as últimas preparações e compras para o tão sonhado dia precisaram ser feitas pela internet.

“Eu entrei em desespero, achava que nem conseguiria casar em setembro. Tivemos que nos adaptar e fazer tudo pela internet, inclusive as reuniões com a cerimonialista. Além disso, teve muita coisa que eu queria ter feito e não consegui, por conta das normas. A festa teve que terminar mais cedo também, com as novas regras do isolamento social, o número de convidados foi reduzido, entre outras coisas”, relatou.

Indicativos de casamentos no AM
A pandemia de Covid-19 trouxe diversos cenários diferentes para 2020, e isso inclui a realização de casamentos. De acordo com dados divulgados pela Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg/AM), abril teve o menor número de celebrações dos últimos três anos, e setembro teve o maior.

Dezembro de 2017 segue como o mês com mais casamentos no período analisado: 1.255. A média de casamentos naquele ano, por mês, foi de 710. Em 2018, a média de casamentos mensais foi de 631, com o maior número registrado no mês de maio, com 899 registros. Em 2019, com a média de 676 matrimônios mensais, o maior registro foi de 934, em dezembro.

Até o final de setembro, o número parcial de casamentos realizados no Amazonas é de 5.682. No mesmo período, em 2019, foram 5.475 cerimônias.

Os casamentos na pandemia
Uma das igrejas mais procuradas para a realização de casamentos em Manaus é a de São Sebastião e São Francisco de Assis, no Centro. O local elaborou um termo de compromisso delimitando uma série de normas que os noivos e os convidados precisam seguir durante a cerimônia religiosa por conta da pandemia de Covid-19.

Capacidade reduzida de lugares, uso de máscara e álcool em gel são algumas das medidas adotadas, segundo o pároco, Frei Paulo Xavier.

“É claro que teve e tem resistência, alguns não aceitam a redução na capacidade de lugares ou a obrigatoriedade do uso da máscara, dentro da igreja, mas infelizmente temos que seguir. Não é uma realidade isolada do nosso país, mas é do mundo inteiro. Alguns noivos desistiram, outros reagendaram as cerimônias para 2021, quando acreditam que as coisas estarão melhores, e aqueles que desejam continuar estamos reagendando as datas”, explicou.

As empresas que trabalham no ramo de eventos também precisaram se adaptar à situação. Segundo a assessora de eventos Ynglety Barros, que trabalha há cinco anos no mercado, 2020 tem sido um ano atípico, mas a empresária afirmou que o mês de setembro apresentou melhora nos números.

“Com a abertura gradativa do mercado e a flexibilização das normas, vimos que setembro teve esse aumento na procura e esperamos que isso continue nos próximos meses. Estamos cumprindo o distanciamento social, o uso da máscara e do álcool e tentando, mesmo assim, realizar o sonho de tantos casais que aguardam a oportunidade para dizerem seu sim”, concluiu.

 

Fonte: G1 AM

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