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terça-feira, abril 16, 2024

Transferência de renda reduz riscos e melhora a vida de famílias venezuelanas em Manaus

Programa financiado pela ECHO e implementado pela Cáritas Arquidiocesana já beneficiou 300 pessoas.

Cristina Duarte* e sua família saíram da Venezuela em fevereiro deste ano “com uma mão na frente e outra atrás”, como ela mesmo diz. Sentada na cozinha da modesta casa onde vive em Manaus (capital do Estado do Amazonas), conta que a insegurança, a violência e os desafios socioeconômicos em seu país se tornaram insuportáveis.

Assim, ela, o marido e dois filhos menores deixaram familiares, amigos e pertences – inclusive uma casa – para trás, cruzaram a fronteira com o Brasil e se estabeleceram em Boa Vista (capital do Estado de Roraima), onde solicitaram refúgio. Lá, viveram por 15 dias em uma praça da cidade antes de serem encaminhados a um abrigo para solicitantes de refúgio e migrantes venezuelanos.

Decididos a “enfrentar todas as dificuldades para recomeçar a vida”, ela e sua família aderiram voluntariamente ao programa de interiorização do governo federal, que realoca venezuelanos para outras cidades do país com melhores perspectivas de integração, e desembarcaram em Manaus no último mês de maio deste ano em um avião da Força Aérea Brasileira.

Novamente acolhidos em um abrigo, permaneceram um curto período no local antes de se mudarem para a casa onde agora estão. Lá também vivem o cunhado de Cristina e a esposa dele.

A casa de quatro cômodos é simples e está equipada com eletrodomésticos básicos, como fogão, geladeira, televisão e ventilador. O marido e o irmão já estão trabalhando. Cristina se divide entre empregos esporádicos e o cuidado com as crianças, que ainda não estão na escola. Grávida, a cunhada ajuda a cuidar da casa e dos sobrinhos, que já têm vários amigos na vizinhança.

“Compramos tudo o que temos, e isso nos orgulha. Mas ainda há muito a conquistar”, afirma Santiago*, marido de Cristina, ao chegar em casa após um dia de trabalho como ajudante de cozinha num restaurante de Manaus.

Além de contar com muita determinação e resiliência, Cristina e sua família estão reorganizando sua vida com o apoio do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e seus parceiros – entre eles a Direção-Geral da Ajuda Humanitária e da Proteção Civil da Comissão Europeia (ECHO) e a Cáritas Arquidiocesana de Manaus.

Por meio de um projeto financiado pela ECHO para atender às necessidades de venezuelanos mais vulneráveis, a família de Cristina – assim como outros milhares de venezuelanos – foi acolhida em abrigos adequados, com alimentação, cuidados médicos e itens de primeira necessidade.

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