Transporte Coletivo/Arthur Neto/subvenção fiscal
Em posse de um levantamento dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado a inúmeras empresas do transporte privado, que somam quase R$ 7 bilhões ao ano, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, dia 16, onde questionou os reais interesses do governador José Melo no corte da isenção fiscal sobre o óleo Diesel e o IPVA, concedido ao Sistema de Transporte Coletivo da capital.
Ao lado do vice-prefeito Marcos Rotta e da primeira-dama Elisabeth Valeiko, o prefeito fez duras críticas ao esquema de subvenção fiscal oferecido pelo Governo do Estado, acusando o governador de promover o enriquecimento de empresários do transporte privado, sobretudo da aviação, enquanto corta o incentivo oferecido ao transporte coletivo da capital.
Ao detalhar a política de isenção de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – oferecido pelo Estado, o prefeito disse que Manaus tem sido lesada sistematicamente ao longo dos últimos anos. Ele explicou que dos quase R$ 7 bilhões de isenções fiscais, 25% são dedicados aos municípios e demais poderes, como Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Ministério Público e outros.
Dessa parcela, apenas 75% é destinada para Manaus. Atualmente, o Sistema de Transporte Coletivo da capital conta com cerca de 900 mil usuários diariamente. Vale ressaltar, ainda, que o benefício de quase R$ 43 milhões destinado para o transporte coletivo da capital já está aprovado na Lei Orçamentária Anual, pela maioria parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado Amazonas (Aleam).
O prefeito pediu, mais uma vez, para que o governador José Melo recue de sua decisão e deixe de lado qualquer disputa política. “Eu estou aqui para governar e vou governar Manaus com muita garra para defender o interesse da população.”
Ainda durante a coletiva de imprensa, o prefeito Arthur Virgílio Neto revelou que está realizando exames médicos para tratar de um câncer de próstata descoberto recentemente.
Segundo prefeito, o tratamento contra o câncer já está em andamento e em meados de abril será submetido a um procedimento cirúrgico. “O mais difícil foi enfrentar essa campanha com tanta gente contra, com tanta difamação e que machucou tanta gente.”
O prefeito explicou que passa por acompanhamento em São Paulo e Brasília, por isso tem tido a necessidade de se ausentar por alguns dias da cidade, mas que não pretende pedir afastamento do cargo.