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sexta-feira, março 29, 2024

Três redes sociais para fechar negócios com chineses

Por Sumara Lorusso

Os Jogos Olímpicos de 2016 estão se aproximando e, com o objetivo de ampliar a divulgação do evento, a presidente Dilma surpreendeu a todos ao se cadastrar na rede social chinesa Weibo, uma das maiores plataformas interativas de mídia social da China e do mundo, com mais de 600 milhões de chineses e 400 milhões de usuários ativos por mês. Mas, será que essa estratégia também pode ajudar sua empresa a fazer negócios com chineses?

Dependendo da sua área de atuação é bem provável que resposta seja: sim. A China é um dos países com a maior taxa de penetração de internet no mundo, aproximadamente 45% da população utiliza as redes diariamente, o que significa em média 634 milhões de pessoas. De acordo com o China Post, os internautas chineses gastam cerca de 40% das suas 25 horas/semana online em redes sociais. Com consumidores e empresários tão digitais, não há dúvidas de que entrar nesse mercado pode ser uma estratégia de marketing interessante.

Contudo, para que seu negócio seja bem sucedido no mercado chinês, você precisa compreender minimamente como essas redes funcionam, uma vez que, com a censura estabelecida no país, as plataformas são diferentes das que conhecemos e, por isso, exigem outras estratégias e comportamentos. Veja a seguir como essas ferramentas operam.

Sina Weibo, o Twitter Chinês – lançado em 2009, o Sina Weibo é de longe a plataforma mais popular da China. Assim como o Twitter, a rede permite que os usuários postem mensagens de 140 caracteres, sigam amigos e encontrem informações postadas por outras pessoas. Um fato interessante é que uma mensagem de 114 caracteres em chinês, por exemplo, se traduz em 434 caracteres em inglês, ou seja, “teoricamente” com o mesmo espaço, você consegue falar bem mais!

Apesar de muitos dizerem que a rede nada mais é do que um clone do Twitter, a Sina Weibo apresenta algumas diferenças, como a permissão para postagens de vídeos e fotos, assim como a publicação de comentários em atualizações de outras pessoas. Se sua empresa visa entender melhor o comportamento do seu cliente chinês ou aumentar a popularidade ou reputação de uma celebridade na China, a Weibo é a ferramenta ideal para o seu negócio. Assim, podemos dizer que, nesse caso, a estratégia da presidente, por exemplo, foi adequada ao seu propósito de divulgar os Jogos Olímpicos do Brasil nesta rede.

Youku, o YouTube Chinês – assim como a rede americana, o YouKu permite que os usuários façam upload de conteúdos multimídias, avaliem e comentem os vídeos assistidos. Contudo, o comportamento dos internautas chineses com essa plataforma de vídeo online é bem diferente da forma como os americanos ou nós usamos o YouTube. Ao invés de vídeos de animais bonitinhos, contratempos domésticos ou comédias, a maioria dos materiais postados pelos chineses são produzidos profissionalmente e representam conteúdos de programas estrangeiros pirateados, legendados e enviados após a transmissão nos Estados Unidos. Um retrato desse comportamento é o imenso número de fãs do seriado Prison Break na China, sendo que a série nunca foi transmitida na televisão local.

Além dos programas piratas, a recente procura por conteúdo original resultou em um boom de empresas que se concentram exclusivamente em vídeo online. De certa forma, os sites chineses parecem mais com estações de televisão online do que qualquer outra coisa.

QZone e Kaixin001, Facebooks – só que não! – Não há dúvidas de que em grande parte do Ocidente, o Facebook reine como a rede social padrão, reunindo milhares de dados demográficos. Porém, o mesmo não acontece na China, onde várias redes sociais atraem públicos diversos através da segmentação. A QZone, por exemplo, é o primeiro e maior site de rede social no país e se caracteriza pela forte presença do público jovem, que gosta de compartilhar diários pessoais em formato de blog e participar de grupos de discussão sobre assuntos variados. Já a Kaixin001 é uma plataforma concebida para um público mais maduro de jovens profissionais, trata-se de uma sociedade fortemente dominada por trabalhadores de colarinho branco de Pequim (Beijing), Cantão (Guangzhou) e Xangai (Shanghai). Nela não é possível fazer upload de conteúdo pessoal, mas sim compartilhar informações encontradas em outros meios, principalmente sobre assuntos relacionados à saúde e ascensão profissional. Outras redes com o mesmo estilo, mas com perfis de usuários diferentes, são as Douban e RenRen.

Enfim, não faltam boas opções de redes sociais chinesas para você aliar à estratégia de mídia do seu negócio. Contudo, antes de sair se inscrevendo nessas redes, procure conhecer mais sobre o assunto. Converse com chineses que moram no Brasil e observe como se comportam e o que esperam da atuação de uma marca estrangeira nas redes que mais utilizam. Só assim, você poderá elucidar com mais clareza qual o papel a sua empresa deve desempenhar nesses veículos.

Sumara Lorusso é formada em letras e tradução pela Unibero e tem fluência em mais de cinco idiomas, incluindo o Mandarim. É presidente da Nin Hao, escola referência no ensino do idioma, há dez anos no mercado.

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