Integrantes de uma organização criminosa que desviava recursos públicos da Saúde do Amazonas chamaram o ex-governador José Melo de “velhinho” ou “professor” para citar o político no esquema fraudulento. A declaração foi feita pelo delegado federal Alexandre Teixeira, durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (21), sobre a operação “Estado de Emergência”, deflagrada nesta manhã de quinta-feira (21) pela Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria-Geral da União (CGU) no Estado.
Melo foi preso de forma temporária. Ele estava no sítio onde mora, no ramal do Banco, no Km 126, rodovia AM-010, perímetro do município de Rio Preto da Eva. Segundo o delegado, foram apreendidos R$ 90 mil, no local em espécie. O caseiro do sítio, cujo nome não foi revelado, também foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
Ainda segundo o delegado, foram encontradas movimentações financeiras anormais em contas de duas empresas da esposa de José Melo e ex-primeira dama do Estado, Edilene Gomes de Oliveira.
Já em outra residência, a Polícia Federal fez buscas e apreensões onde foram localizados cerca de R$ 300 mil. O endereço não foi divulgado. A Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca, apreensão prisão temporária de José Melo. Outras medidas de condução coercitiva, solicitadas pelo Ministério Público Federal, não foram autorizadas pela Justiça.
O representante da Controladoria geral da União (CGU), Israel Carvalho, afirma que foi feita uma análise sobre o patrimônio de José Melo e ficou constatado que era incompatível com os ganhos de servidor público. A casa de José Melo, por exemplo, situada no bairro de Flores, Zona Centro-Sul da capital, está avaliada em R$ 7 milhões, disse o representante.
Segundo a Polícia Federal, Melo usou recursos públicos para valorizar o sítio que ele possui em Rio Preto da Eva. O ramal, por exemplo, foi o único a ser asfaltado na região, com recursos públicos somente para dar acesso à morada do político.
“Estado de Emergência”
A Operação é a terceira fase da Operação Maus Caminhos, deflagrada em setembro do ano passado. O trabalho identificou organização criminosa acusada de desviar mais de R$ 100 milhões da Saúde do Estado, liderada por Mouhamad Moustafa.
Poderosos do Amazonas
A operação “Custo Político”, desdobramento da “Maus Caminhos”, realizada na semana passada, resultou na prisão de executivos do alto escalão do Governo como por exemplo: Pedro Elias e Wilson Alecrim (ex-secretários de Saúde), Evandro Melo (o ex-secretário de Administração e irmão de José Melo), Afonso Lobo (ex-secretário da Fazenda) e Raul Zaidan (ex-chefe da Casa Civil).